DECIR 2021 Abrantes: Dispositivo de combate a incêndios apresentado pronto para a ação (C/ÁUDIO E FOTOS)
Está apresentado o DECIR Municipal de Abrantes para o verão de 2021. O antigo Heliporto, atual praça Francisco Almeida, às portas do Castelo, foi o local escolhido para todos os representantes do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) do concelho poder ser apresentado.
E se a nível nacional o DECIR tem um reforço de meios, no concelho de Abrantes, a juntar a todos os meios operacionais que habitualmente estão no terreno há mais duas viaturas de duas juntas de freguesia do concelho que vêm melhorar o ataque inicial a ignições que possam acontecer.
As Juntas de Freguesia de Alvega e Concavada e Carvalhal juntam-se às sete freguesias do concelho equipadas com o kit de combate a incêndios rurais.
Aliás, David Lobato, Comandante Distrital de Operações de Socorro (CODIS), presente nesta ação, deixou bem claro a importância destas equipas. “Não sendo pioneiros, é reconhecido o trabalho destas equipas das juntas de freguesia do concelho de Abrantes no ataque inicial a fogos rurais” referiu o CODIS de Santarém ao mesmo tempo que repetia a mensagem que nesta altura mais é ouvida. “Um fogo a começar apaga-se com um balde de água”, vincou o comandante distrital, para depois fazer a referência à rapidez que estas viaturas circulam nos seus territórios.
David Lobato deixou uma palavra para todos os operacionais que integram este dispositivo, neste caso concelhio, mas que fazem parte também do dispositivo distrital que será apresentado no comando distrital.
David Lobato, CODIS do distrito de Santarém
No que diz respeito ao dispositivo do concelho de Abrantes há a destacar as duas novas equipas de Carvalhal e Alvega e Concavada e um reforço no investimento dos kits de primeira intervenção contra incêndios, em 160 mil euros. Ou seja, mais 35 mil do que em 2020.
Estes novos kits juntam-se aos existentes em Abrantes e Alferrarede, Aldeia do Mato e Souto, Bemposta, Mouriscas, S. Facundo e Vale das Mós, Rio de Moinhos, Tramagal.
As carrinhas ligeiras das Juntas de Freguesia referidas integram o DECIR, no âmbito municipal, de forma a responder mais rápida e eficazmente no combate aos incêndios, na sua fase inicial, até que cheguem os reforços ao local do incêndio.
Manuel Jorge Valamatos referiu, em declarações aos jornalistas, que o objetivo é dotar todas as freguesias com estas equipas, mas frisou as dificuldades que algumas têm na alocação dos recursos humanos.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Estas carrinhas das juntas de freguesia estão equipadas mangueira e tanque com uma capacidade de 600 litros de água, estando também apetrechadas com rádios de comunicação.
De acordo com Paulo Ferreira, coordenador da Proteção Civil Municipal de Abrantes, nos períodos de alerta laranja e vermelho, as mesmas estarão posicionadas em locais estratégicos de Estacionamento, dentro do limite da respetiva freguesia.
Paulo Ferreira explicou que há uma divisão destas equipas em dois grupos, norte e sul do concelho, que podem ser posicionadas no território ou podem ser acionadas para trabalho em conjunto no caso de um incêndio estar a ganhar maiores proporções.
O coordenador da Proteção Civil Municipal disse ainda que nos períodos de maior risco todo o dispositivo é distribuído pelas zonas mais sensíveis criando uma grelha de viaturas no terreno que estão localizadas a uma distância de cinco quilómetros umas das outras.
Paulo Ferreira, coordenador da Proteção Civil de Abrantes
Durante o período do DECIR, no ano de 2020, os kits das Juntas de Freguesia efetuaram um total de intervenções diretas em 66 ocorrências.
Neste sentido ficou ainda a saber-se que Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), em parceria com os Bombeiros de Abrantes, vai realizar, no próximo dia 20 de maio, uma formação para os elementos que integram as equipas dos kits municipais que tem como objetivo alertar os operacionais que constituem as referidas equipas para os riscos e comportamentos a adotar durante uma ocorrência, nomeadamente a segurança na frente de fogo. A formação tem uma componente teórica e prática e será também ministrada formação em comunicações.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, destacou o empenho de todas as forças neste esforço de garantir a segurança das populações e da floresta no verão. Frisou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no apoio às juntas de freguesia, que têm um papel fulcral no ataque rápido de ignições que possam acontecer. Aliás, há muitas situações em que, quando os bombeiros chegam aos locais dos incêndios e estes estão apagados. A rapidez das viaturas das juntas de freguesia aliada ao posicionamento e prontidão que têm são fundamentais neste trabalho.
Mas o autarca de Abrantes destacou ainda o trabalho dos Bombeiros Voluntários, a grande força de socorro do concelho. E não esqueceu o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) que tem em Abrantes o centro de comando das operações em que o exército está envolvido em todo o território.
Sapadores florestais, equipas da AFOCELCA, da ALTRI e da Zona de Intervenção Florestal, assim como GNR, GIPS e PSP não foram esquecidas pelo autarca que lembrou ainda a colaboração que a Cruz Vermelha também pode dar.
Este é o dispositivo de combate aos incêndios rurais ou florestais, mas quanto à limpeza dos terrenos, o presidente da Câmara diz que a autarquia vai ter de intervir em mais situações do que aquelas que deveria. Lamentou o facto de existirem muitas situações de incumprimento por parte dos proprietários e defende uma mão mais pesada nas contraordenações. Há casos de impedimento da limpeza por constrangimentos sociais, financeiros ou de saúde dos proprietários. Mas a maior parte dos incumprimentos nada tem a ver com estas situações.
Há ainda muito trabalho a fazer, disse o autarca, em terrenos municipais, nas faixas de contenção, da responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e também nestes proprietários que não fazem o que deveriam fazer.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes
Integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) municipal 2021 os seguintes agentes da Proteção Civil: Bombeiros Voluntários de Abrantes; Cruz Vermelha Portuguesa; Sapadores Florestais da AAASCM; Sapadores Florestais da CIMT; UEPS da GNR; Kits das Juntas de Freguesia (num total de 10); Polícia de Segurança Pública; Guarda Nacional Republicana; e Regimento de Apoio Militar de Emergência.
Existe ainda um levantamento de equipamentos e recursos de entidades privadas que colaboram em caso de necessidade, nomeadamente ao nível de máquinas de rastos, kits, cisternas, tratores, entre outros.
DECIR do país é o maior de sempre
O dispositivo de combate a incêndios rurais para este ano tem previsto “o maior número de sempre” de operacionais, que vão atingir os 12.058 elementos nos meses mais críticos.
O DECIR foi aprovado em 21 de abril pela Comissão Nacional de Proteção Civil e na altura o Ministério da Administração Interna (MAI) destacou que o dispositivo deste ano contará “com o maior número de sempre de meios envolvidos, em todas as fases de empenhamento”.
Segundo o MAI, o dispositivo terrestre contará com 12.058 elementos, 2.795 equipas e 2.656 viaturas durante o período de maior empenhamento, entre 01 de julho e 30 de setembro, denominado Nível IV.
O MAI precisa também que nos meses mais críticos em incêndios rurais vão estar envolvidos na componente de combate e ataque inicial efetivos dos corpos de bombeiros (5.777), da Força Especial de Proteção Civil da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil – ANEPC (240), da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR (1.144) e das Brigadas de Sapadores Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF (232), num total de 7.393 elementos.
Na componente de vigilância e ataque inicial, o DECIR integra um total de 4.665 elementos divididos pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (1.952), Polícia de Segurança Pública (338), Sapadores Florestais (1.807), Corpo Nacional de Agentes Florestais (203), Vigilantes da Natureza (89), Equipas de Gestão de Fogos Rurais (36) do ICNF e Afocelca (240).
O MAI refere igualmente que 190 elementos das Forças Armadas vão prestar também apoio nessas duas componentes, enquanto agentes de proteção civil.
Em relação ao dispositivo aéreo, o DECIR 2021 contará com 14 meios aéreos em permanência, que aumentam para 37 aparelhos entre 15 a 31 de maio, e para 60 entre 01 de junho e 15 de outubro. Quarenta e um meios aéreos estarão disponíveis entre 16 e 31 de outubro.
O combate aos incêndios rurais vai contar este ano com um novo instrumento para melhorar a coordenação entre as entidades envolvidas na deteção e vigilância dos fogos, denominada Diretiva Integrada de Deteção e Vigilância de Incêndios Rurais que vai ficar na tutela da Guarda Nacional Republicana.