Caso Jorge Ferreira Dias Caso Jorge Ferreira Dias: As reações dos partidos e movimento independente
O caso ocorreu durante a manhã, na reunião do executivo municipal de Abrantes, que acabou por ser suspensa. Jorge Ferreira Dias entrou na sessão, que estava a decorrer no Edifício Pirâmide com transmissão pelas plataformas digitais do Município e voltou a dizer que “quer o seu assunto resolvido”. E quando o presidente Manuel Jorge Valamatos disse que o cidadão tinha de sair da reunião, Jorge Ferreira Dias avançou em direção ao presidente da Câmara, de cajado na mão.
Depois de chamada a PSP ao local, de onde retiraram Jorge Ferreira Dias, chegou também o INEM que assistiu no local o presidente Manuel Jorge Valamatos, o vice-presidente João Gomes e uma funcionária. Apesar de ferimentos ligeiros acabaram por fazer exames complementares no Hospital de Abrantes a que se juntou uma segunda funcionária do Município com ataque de pânico.
A Antena Livre sabe que o executivo, com exceção do vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, e os funcionários que estavam presentes apresentaram queixa contra Jorge Ferreira Dias porque este ameaçou que poderia voltar com uma “granada em cada mão”.
O vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, não apresentou queixa. Armindo Silveira afirmou à Antena Livre ser "contra a violência e tudo o que ali se passou", mas está a aconselhar-se com o seu advogado, pois "não quero reagir a quente. Quero perceber primeiro os contornos porque, legalmente, ainda não sei como é isto tudo se vai processar". No entanto, afirmou que "sou testemunha" e relembrou que "tenho seis meses para poder apresentar queixa".
Ao que a Antena Livre sabe Jorge Ferreira Dias deverá ser apresentado a interrogatório judicial esta quarta-feira.
Ainda ontem os partidos políticos tiveram reações através de comunicados que fizeram chegar às redações:
PS
“A Concelhia do Partido Socialista de Abrantes vem manifestar veementemente o seu repúdio pelos acontecimentos ocorridos durante a reunião de câmara de hoje, onde o Presidente e Vice-Presidente, juntamente com uma trabalhadora da Câmara Municipal de Abrantes, foram agredidos com um cajado com gancho de ferro.
Já por inúmeras vezes o agressor se dirigiu tanto ao executivo, como aos membros da Assembleia Municipal de Abrantes, proferindo graves acusações e ameaças, tendo agora partido para a agressão fisica.
O Partido Socialista de Abrantes considera que estes acontecimentos não dignificam a democracia e o Estado de Direito em que todos vivemos.
Aliás, nesta defesa do Estado de Direito, relembra-se que na situação em causa, o Tribunal Administrativo de Leiria já proferiu sentença, dando razão à Câmara Municipal de Abrantes.
Relembramos também que os partidos e movimentos políticos não devem, nem podem, servir-se deste tipo de situações nem viver de populismos e oportunismos, pondo em causa as próprias decisões judiciais.
Não podemos deixar de referir que, durante este processo, alguns grupos de cidadãos organizados e partidos políticos, nomeadamente, o Bloco de Esquerda de Abrantes, por várias vezes juntaram-se ao agressor em causa, tendo organizado manifestações ou participado em reportagens televisivas.
O Partido Socialista de Abrantes sempre teve e sempre terá uma atitude responsável perante a comunidade Abrantina e manifesta desta forma toda a solidariedade para com os agredidos”.
PSD
“Ao tomar conhecimento da agressão à cajadada, levada a cabo por um munícipe, sobre o presidente e outros elementos participantes na reunião de hoje do executivo do nosso município, a comissão política do PSD Abrantes, vem declarar o seu total repúdio por este e qualquer outro ato que desrespeite as normas do estado de direito e da vivência democrática, que são um dever de todos os cidadãos para com os seus eleitos, independentemente das razões que lhes assistam e que só à justiça compete decidir”.
ALTERNATIVAcom
“O movimento ALTERNATIVAcom condena perentoriamente as agressões físicas e verbais cometidas esta manhã, no decorrer da reunião de Câmara, contra membros do executivo municipal, desejando aos autarcas e funcionários afetados um rápido e completo restabelecimento. A “justiça” feita pelas próprias mãos não é justiça, nem resolve qualquer problema: quem tem razão, perde-a, e quem não tem razão, não passa a tê-la.
Em democracia, as instituições devem funcionar regularmente e os titulares de cargos públicos demonstrar um comportamento exemplar, oferecendo aos cidadãos todas as possibilidades de defenderem os seus justos direitos, sem recurso a atos violentos ou outros de índole não democrática. É preciso, pois, refletir sobre as causas e circunstâncias dos acontecimentos de hoje, os quais nos convocam para um outro patamar de respeito e exigência cívica e democrática”.