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Barquinha: BARK avança com Estudo de Impacte Ambiental e aponta abertura para 2022

10/12/2020 às 15:38
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Créditos: Modo Associados

O BARK - Biopark Barquinha anuncia na sua página da rede social Facebook que não está parado. Na última publicação, datada de 5 de dezembro, pode ver-se o novo logótipo os promotores dizem “… estamos em trabalhos, lentos, mas em trabalhos”.

E se a pandemia provocou um grande atraso nos processos administrativos e burocráticos, e inclusive nos investimentos, o promotor continuou com os processos de licenciamento. A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha tem os projetos aprovados e agora o investidor prepara-se para entregar na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) a segunda versão do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) necessário para obter os respetivos licenciamentos.

A Antena Livre sabe que o promotor do Biopark da Barquinha não está parado, apesar dos entraves provocados pela pandemia do coronavírus. De acordo com uma fonte próxima do processo o BARK terá alguns ajustes, necessários, na sua calendarização, mas manterá a sua génese inicial.

Neste momento, a mesma fonte revelou que assim que seja aprovado o EIA, e há essa convicção, os trabalhos poderão iniciar-se. Aliás, está mesmo em cima da mesa a calendarização da abertura (prevista inicialmente para março de 2021) para o ano 2022, embora não se aponte ainda para uma data específica.

O BARK apresentou-se, em 2018, com uma preocupação de querer criar condições para a conservação e a reprodução de espécies em vias de extinção.

O projeto, tal como foi apresentado, prevê ter 260 espécies animais numa primeira fase, metade das quais em vias de extinção, com um potencial para chegar às três mil espécies diferentes.

Ainda de acordo com o que a Antena Livre conseguiu saber, o número de espécies que deverão integrar a fase de arranque, em 2022, será inferior às 260, uma vez que a pandemia “obrigou” a alguns ajustes. Apesar de tudo, a nossa fonte garante que o BARK irá apostar numa estratégia de apresentar espécies novas todos os anos. Ao que conseguimos saber, poderá ser uma outra forma de fazer crescer as atratividades.
Há, no entanto, uma garantia que a Antena Livre está em condições de avançar: o BARK não terá cetáceos. Golfinhos e orcas, por exemplo, estão colocados fora de hipótese neste parque natural.

 

Quinta em Coalhos (Abrantes) pode vir a ser uma extensão do BARK

Uma das novidades, de acordo com uma fonte ligada ao processo, é a criação de uma espécie de extensão ou de um local de serviços do Biopark na propriedade do empresário João Paulo Rodrigues em Coalhos, no concelho de Abrantes. Ainda sem ser do domínio público esta quinta, é certo, terá serviços muito ligados ao BARK, não se sabendo, para já, se terá componente de visitas ou se será um local reservado a backstage do palco principal, localizado em Vila Nova da Barquinha.

Localização do Biopark Barquinha (Créditos: DR)

É certo, adiantou a mesma fonte que que não há alterações ao projeto inicial, se o Estudo de Impacte Ambiental for aprovado, tal como apresentado, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
Sendo assim o projeto prevê, que os animais serão distribuídos por 43 hectares de terreno, dividido em quatro habitats representando quatro diferentes regiões mundiais: Ásia tropical, pantanal, Peneda-Gerês e savana africana. Poderemos encontrar neste espaço espécies tão portuguesas como o lince-ibérico, o grifo ou a cabra-montês, como depois o elefante, o leão, a suricata, o dragão de komodo, a cobra-capelo, o jaguar ou a chita.

Continua prevista a criação de 150 postos de trabalho diretos, embora a Antena Livre saiba que ainda não começou o processo de recrutamento. O mesmo poderá ter início quando começarem as obras no terreno, ainda no decurso do próximo ano.

O projeto do BARK contempla, para além dos habitats das espécies um hotel de quatro estrelas com 130 quartos, um restaurante com 300 lugares sentados, um anfiteatro com mil lugares, estacionamento para 397 lugares (390 ligeiros e sete autocarros), um centro pedagógico e uma clínica veterinária.

Quando o projeto foi apresentado a 15 de fevereiro de 2018, na Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha, a expectativa do promotor era a de receber 450 mil visitantes no primeiro ano e, antes da pandemia, a abertura estava prevista para março de 2021.

Agora, quando se anuncia o início da vacinação e está acalentada a esperança de regressarmos à normalidade o BARK aponto ao foco a 2022 como o ponto de abertura ao público.

A escolha do local foi explicada neste dia 15 de fevereiro de 2018. É “o melhor local” para o biopark, devido à sua localização estratégica: abundância de recursos naturais e do parque florestal, situada no centro do país, numa zona de baixa densidade urbana entre a A23 e a A13, a pouca distância de acessos importantes como a A1 e a estação do Entroncamento e perto de outras atrações como o Castelo de Almourol e o Convento de Cristo, em Tomar.

João Paulo Rodrigues, mentor do BARK (Créditos: DR)

João Paulo Rodrigues nasceu em Lisboa, mas viveu muito de perto com animais na Quinta dos Plátanos, ali entre Rossio ao Sul do Tejo e Coalhos, adquirida pelos pais. João Paulo Rodrigues começou, por isso, a lidar com animais de quinta desde muito tenra idade.

Licenciou-se em Biologia na RVC – Royal Veterinary College, em Londres, onde prosseguiu os estudos de veterinária. Só que, à Quinta dos Plátanos continuavam a chegar mais animais. Aquando da crise da gripe aviária, juntaram-se todas as aves numa zona da vasta área que envolve a casa, o que abriu espaço para a chegada de Cangurus e Lebres da Patagónia.

Quando chegaram os elandes, "os maiores animais da casa e possivelmente um dos maiores da região (o macho pesa uma tonelada) começava a fazer sentido obter a licença de Jardim Zoológico".

De acordo com o livro de projeto do BARK, “os Plátanos tinham passado a ser pequenos para a visão clara que se desenhara, amadurecera e consolidara na cabeça de João Paulo Rodrigues. Os 43 hectares, em Vila Nova da Barquinha, vão acolher mais que um projeto empresarial”.