Ensino Nova Medical School vai ter centro de investigação aplicada em Alcanena
A Câmara de Alcanena vai formalizar na sexta-feira um acordo de colaboração com a UNL - Nova Medical School para abertura de uma extensão territorial de um centro de investigação daquela instituição de ensino superior, anunciou a autarquia.
“Eu acho que é importante para Alcanena, mas é também importante para a região, até arriscaria a dizer que é importante para o país”, disse hoje à Lusa Rui Anastácio, presidente do município de Alcanena, no distrito de Santarém.
O autarca destacou que o protocolo, válido por 10 anos, visa a criação e desenvolvimento de um centro de investigação com foco na saúde, mas também em muitos outros setores, como a habitação, ambiente, educação e economia.
“O que nós conseguimos depois de muitas conversas e consolidando muito aquilo que pretendemos para o futuro, foi trazer para Alcanena uma extensão territorial da unidade de medicina exponencial, que é uma das unidades de investigação mais importantes da Nova Medical School”, da Universidade Nova de Lisboa (UNL), destacou o autarca.
O município, por sua vez, assume o apoio financeiro de 1 milhão de euros, divididos pelos 10 anos do acordo a celebrar (100 mil euros/ano).
Tendo feito notar que a Nova Medical School é uma “faculdade de excelência e de referência mundial” e que o protocolo a assinar é “dos mais importantes dos últimos 40 anos em Alcanena”, o autarca salientou, entre outros objetivos, o propósito de “criar um ‘cluster’ associado à saúde” para atrair médicos de família, problema que afeta Alcanena e o Médio Tejo, região onde está inserido.
“Só assim é que nós conseguiremos criar um território atrativo para conseguirmos cativar médicos. Por exemplo, os médicos do concelho de Alcanena vão ter acesso privilegiado e eu gostaria que isso acontecesse ao nível da região, à formação avançada da nova Medical School”, destacou Anastácio.
Em comunicado, a autarquia afirma que o centro de investigação se assume como uma “mais-valia para a alavancagem dos domínios da saúde, sustentabilidade ambiental, económica e social, reabilitação e regeneração urbanas, habitação, inclusão social, educação, dinamização do desenvolvimento económico, inovação e modernização, coesão territorial, melhoria da acessibilidade e promoção da utilização de transportes coletivos”, contribuindo ainda para o “desenvolvimento de políticas municipais que promovam o bem-estar e a qualidade de vida no município”.
Na mesma nota, é referido que “a criação e desenvolvimento da ‘u.me @Alcanena powered by Nova Medical School’” terá a direção académica do Professor Doutor Jaime da Cunha Branco e a direção de inovação e executiva a cargo do Professor Doutor Ricardo Leitão.
O projeto, sintetiza, pretende criar “uma unidade interna de inteligência colaborativa, com sede local, de suporte à estratégia municipal, com atuação nos pilares de formação, investigação aplicada e serviço à comunidade” local.
“O que estamos a falar é conseguirmos estar na vanguarda da investigação nestas matérias e trazer essa vanguarda da investigação para a região parece-nos de vital importância. Não é por acaso que nós não conseguimos atrair médicos. É porque nos falta massa crítica, porque nos falta o ecossistema necessário para que isso aconteça. Este é um passo importante, mas é um primeiro passo de um projeto de grande ambição, um projeto a 10 anos”, declarou Anastácio.
“Eu disse na Assembleia Municipal (…) que achava que era o documento mais importante que a Assembleia Municipal tinha presente nos últimos 40 anos, oxalá não me engane”, concluiu.
A NOVA Medical School (NMS) é a Escola Médica da Universidade NOVA de Lisboa e tem 45 anos de existência.
Segundo a página de internet da NOVA, a instituição conta atualmente com 1.770 alunos no Mestrado Integrado em Medicina, 102 na Licenciatura em Ciências da Nutrição e 497 em formação pós-graduada, e um total de 858 docentes e investigadores, sendo a NOVA Medical School|Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) uma unidade orgânica da Universidade NOVA de Lisboa.
Lusa