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Abrantes

Autarquia e IPT insistem na nova ESTA financiada pelo FTJ (c/áudio)

17/05/2024 às 09:30
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Na abertura do Festival das Juventudes de Abrantes, a 9 de maio, o presidente do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), João Coroado, voltou a apontar o Fundo de Transição Justa (FTJ) como a uma possível fonte de financiamento para o projeto de construção das novas instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).

João Coroado frisou que essa opção está em cima da mesa e adiantou que espera ter no novo complexo laboratórios que apontem à investigação e conhecimento. E a formação das populações, disse o diretor do IPT, é um dos pressupostos do FTJ, um mecanismo europeu que tem como objetivo a compensação das regiões que tiveram impactos diretos com a transição energética, nomeadamente com o encerramento de centrais a carvão ou refinaria, no caso de Portugal.

João Coroado disse, na mesma altura, que o projeto já tem muitos anos e que espera avançar muito em breve e que permita à ESTA crescer no concelho de Abrantes e no Médio Tejo.

Na reunião do Executivo Municipal de Abrantes, desta terça-feira, o vereador do ALTERNATIVAcom, Vasco Damas, questionou o presidente da Câmara de Abrantes sobre estas declarações do presidente do IPT. E pediu o esclarecimento do presidente da Câmara sobre o atraso no processo da nova ESTA.

O vereador recomendou ainda, na sequência da tomada de posse dos membros do Conselho Municipal de Turismo, uma “maior interação da unidade departamental de Ciências Sociais do IPT, a qual integra a licenciatura em Turismo e Gestão do Património Cultural com o turismo de Abrantes e seus agentes.” Ou então, com abertura da legislação que se estude a criação de um curso de turismo na ESTA o qual iria desenvolver esta atividade económica e social que tem bastante importância no concelho.

Vasco Damas apresenta a sugestão porque, revelou, o turismo medido pelo número de hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turísticos ter crescido em Abrantes apenas 6% entre 2022 e 2023, quando cresceu 31% do Médio Tejo.

 

Vasco Damas, vereador ALTERNATIVAcom CM Abrantes

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, voltou a repetir a importância da ESTA em Abrantes e na região.

O presidente revelou que compete ao IPT, à escola e à diretora alavancar o crescimento da oferta e que a Câmara tudo vai fazer para ter uma nova escola. “Já ultrapassamos uma fase que é termos o projeto concluído.”

Manuel Jorge Valamatos referiu que no Município há o entendimento que o FTJ tem o enquadramento necessário para fazer este financiamento, apesar de todos os avisoes que já foram lançados e destinados às empresas do Médio Tejo.

O autarca diz ter muita confiança que o Fundo da Transição Justa possa financiar as novas instalações da ESTA. Tem uma área de formação das pessoas, de formar pessoas para o mercado do trabalho e quem tem feito o apoio aos ex-trabalhadores da Central do Pego tem sido o Fundo Ambiental.

“Com uma nova ESTA poderíamos reforçar a oferta de formação em Abrantes, e reforço, por exemplo, nas energias renováveis.”

Recorde-se que Abrantes é também uma Zona Livre Tecnológica (ZTL) para as energias renováveis. Com este casamento entre a ZTL, mais oferta académica e a juntar a outros projetos empresariais de investigação poder-se-ia desenvolver o ‘cluster’ de energias renováveis.

 

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Já Vítor Moura, vereador do PSD, fez uma abordagem às novas instalações da ESTA, mas num registo completamente diferente.

O social-democrata disse que o presidente Valamatos “não precisa de nenhuns 7 milhões de euros” para obras para a ESTA e apontou uma outra solução: o RAME. Vítor Moura contextualizou a sua ideia, começando por frisar todo o património imobiliário militar que existe em Portugal. E referiu que grande parte dele pode entrar em degradação porque não é utilizado, uma vez que aquele que é, efetivamente, utilizado pelas Forças Armadas não tem nada a ver com o que existe. Ou seja, que os militares usam uma pequena parte de todo esse património.

Vítor Moura disse estar disponível para acompanhar o presidente da Câmara eu reuniões a ministérios, caso seja necessário. “O senhor não precisa de 7 milhões de euros. São as loucuras do vereador Vítor Moura, também direito a elas. No 25 de Abril estivemos todos (executivo) nas instalações do quartel de Abrantes.” Depois dirigindo-se diretamente ao presidente da Câmara sugeriu que este “marque uma reunião com o ministro (da Defesa) Nuno Melo e deixe-me ir consigo.”
Manuel Jorge Valamatos perguntou para quê, esta reunião e o vereador explicou que o Quartel formava batalhões de militares para a guerra. “O senhor tem aqui dentro casas onde dormiram centenas e centenas de homens. Sabe quantas pessoas estão agora no RAME? São 100 pessoas.”

Manuel Jorge Valamatos disse que seria uma ideia para amadurecer e o vereador do PSD retorquiu perguntando que o presidente da Câmara “sabe, aqui a nossa, volta quantos milhões de euros existem em equipamentos militares, que é de todos nós.”

Vítor Moura deu exemplos como a reta do Entroncamento que tem três quartéis, Tomar tem um igual a nós, nós (Abrantes) temos um com esta dimensão. E em Santa Margarida os portugueses não sabem o que lá está. Milhões de euros que estão a apodrecer. E não há iniciativa de governantes nem dos Municípios iniciativa.”

Em modo conclusão Vítor Moura disse: “o senhor tira um daqueles edifícios para a ‘tropa’. Ou seja, a ‘tropa’ diz que precisa de uma determinada área e o que sobra dá para duas ou três ESTAs e sítios para alojar os estudantes todos. E se calhar com 200 ou 400 mil euros resolve os problemas todos. Marque uma reunião e permita-se que o acompanhe. Eu nunca falei com ele.”

Vitor Moura, vereador PSD CM Abrantes

Seja como for o projeto da nova ESTA está pronto para adaptação do edifício da antiga quimigal. Faltam 7 milhões de euros para avançar com a obra. O presidente da Câmara de Abrantes tem a expetativa de que o Fundo da Transição Justa possa financiar a obra.