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Cultura

Abrantes: FNATES comprova que “a incapacidade não limita o sonho”

23/03/2017 às 00:00
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O cine teatro São Pedro, em Abrantes, encheu esta quarta-feira para aplaudir a peça "Sonhos", do Grupo Criarte do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA).

Na cerimónia de encerramento do FNATES quem marcou presença no evento teve oportunidade de perceber que a “incapacidade não limita o sonho”.

A peça de teatro, com a encenação de Marisa Sobral e Daniela Rebeca, juntou vários utentes do CRIA e retratou o ambiente de uma academia de dança, onde muitos frequentavam as aulas, menos a personagem Mariana, portadora de uma deficiência física.

O teatro reuniu vários momentos cómicos, de grande dinâmica entre os atores, mas sem dúvida um bastante emocionante - o momento em que Mariana apesar da sua limitação física mostrou a todos que também conseguia dançar e sentir a música.

A Mariana dançou e encantou ao som da canção do “Mar” de Dulce Pontes. 

O instante certamente apelou à emoção dos presentes, mas sem dúvida deixou bem presente a mensagem que a “incapacidade não limita o sonho”.

No final do teatro, em declarações à Antena Livre, Marisa Sobral referiu que o trabalho continuado com o FNATES resultou do “ grande impacto que a peça do ano passado teve e que nos deu mais vontade ainda de fazer outra e de continuar. Foi aí que nos agarrámos, ao que aconteceu, à alegria deles, à forma como eles se empenhavam, foi sobretudo devido a eles”.

“A satisfação deles é o que nos motiva. Estarem em cima de um palco a fazerem aquilo que gostam e a mostrar as capacidades que têm”, afirmou Daniela Rebeca.

“ O nosso grande objetivo foi demonstrar que a incapacidade não limita nada. A pessoa pode estar de cadeira de rodas, tenha a incapacidade que tiver, nada limita o sonho. Basta ter um sonho, acreditar nele e lutar”, acrescentou Daniela.

Marisa Sobral reforçou que “o teatro dá-lhes a possibilidade de mostrar as capacidades que têm, através da representação, através da interação que estabelecem com o público e entre eles. O teatro dá-lhes a possibilidade de mostrar ao mundo que estão cá, são iguais a nós e por isso têm de ser aplaudidos como hoje foram”.

Por sua vez, Nelson Carvalho, presidente da direção do CRIA, reforçou a ideia de que “a educação pela arte e o teatro como possibilidade de expressão, de partilha e jogo de emoções é uma atividade muito importante”.

Quanto aos atores do CRIA, o responsável disse que houve uma “renovação substancial do número de atores. E na comunidade o nosso grupo de teatro teve um enorme acolhimento. Depois do FNATES de 2016, o nosso grupo saiu quase 30 vezes. A nossa projeção tem aumentado”.

“Com a participação e parceria regional permite-nos subir um patamar e organizar outros convívios, outras partilhas de experiências, o que para os nossos animadores e atores é da maior importância, do ponto de vista da sua capacidade e evolução”, fez notar.

A cerimónia de encerramento do FNATES contou com a presença de vários grupos de teatro de outras instituições do país e público em geral. Na cerimónia protocolar esteve presente Humberto Santos, em representação da secretária de estado da inclusão das pessoas com deficiência, Maria do Céu Albuquerque, presidente da CMA e Maria de Lourdes Jorge, sócia fundadora do CRIA.

Crédito:CMA

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