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Distrito: “Sobras” de vacinas foram aplicadas em bombeiros e forças de segurança

5/02/2021 às 16:49
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João Furtado Pereira

No processo de vacinação no distrito de Santarém, as vacinas são todas aproveitadas. Há casos em que as sobras são administradas em equipas de bombeiros, forças de segurança ou Proteção Civil que acompanham o processo.

João Furtado Pereira, presidente da Federação Distrital dos Bombeiros, explica que existe este aproveitamento nas equipas que fazem parte dos processos. Mas salienta o facto de nos bombeiros voluntários haver muitos que estão vacinados porque têm a sua profissão na área da saúde e tiveram vacina pelo seu trabalho.

“Há equipas que têm bombeiros que têm de fazer o apoio à vacinação e nos casos em que há sobras, o que está previsto é serem dadas a esse tipo de entidades que estão a fazer esse apoio e que não são só bombeiros”, explica João Furtado Pereira, acrescentando que “as vacinas, depois de utilizada a primeira dose, têm que se utilizar as doses todas”. Até porque “o que está escrito”, é no sentido de se proceder desse modo. Assim sendo, “estamos a apoiar bombeiros e outros elementos da Proteção Civil que apoiaram a vacinação nos lares. É uma situação absolutamente normal e dentro daquilo que é legal”.

Cada frasco de vacinas tem cinco a seis doses e foi assim que aconteceu na 1.ª dose da vacinação. “Agora, na 2.ª fase, já é diferente e já inclui os bombeiros como entidade a receber a vacina de forma prioritária”, diz o presidente da Federação Distrital dos Bombeiros.

Quanto ao facto de esta situação apenas acontecer nesta fase, o responsável assume que, na sua opinião, a vacinação dos bombeiros deveria ter ocorrido mais precocemente mas, adianta, “no nosso meio não temos os dados todos” e para se atribuir a categoria de prioridade, “temos que saber qual a capacidade de vacinação, qual o número de doses que estavam disponíveis”. Portanto, “não foi previsto na 1.ª fase os bombeiros estarem incluídos, mas poderiam e deveriam estar incluídos no caso das sobras, como foi feito. E falamos de outros elementos da Proteção Civil como são os casos da PSP e da GNR que estiveram envolvidos nestas operações”.

Mas estas vacinações não aconteceram de igual forma por todo o distrito. João Furtado Pereira explica que há variações de concelho para concelho e deu o exemplo do concelho de Abrantes que “como tem muitos lares e quando há um surto não se dá a vacina, tivemos um número significativo de sobras o que possibilitou vacinar um número significativo de bombeiros”. Outros concelhos há “que não tiveram essa sorte porque não têm lares”. No entanto, “como há bombeiros voluntários que trabalham no Hospital”, tiveram acesso à sua vacina através da entidade patronal.

Os testes rápidos

À margem deste processo de aproveitamento das sobras das vacinas para os bombeiros e forças de segurança que integram o processo da vacinação, João Furtado Pereira, que é também o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes (AHBVA), explica como tem decorrido a ação dos testes rápidos que a AHBVA tem estado a fazer.

“Não há nenhuma iniciativa que, só por si, resolva este problema”, admitindo que “há é um conjunto de iniciativas que podem ajudar e estes testes rápidos podem ajudar desde que bem enquadrados”, ou seja, “não podemos assumir que o teste é 100% fiável”. Para João Furtado Pereira, “a nossa preocupação é procurar os elementos que estão positivos e que não sabem, que estão assintomáticos. E isso tem sido possível”.

Nesta segunda fase de testes rápidos, João Furtado Pereira diz que estão a surgir mais casos positivos do que
que na primeira ação desenvolvida pelos bombeiros de Abrantes. "Na 1.ª fase, em 600 testes encontrávamos 10 positivos. Um número muito baixo. Agora, em 50 testes, encontramos 4 ou 5 positivos. A proporção de positivos é, neste momento, muito superior à 1.ª fase. E estamos a falar de assintomáticos que são depois confirmados pelo teste PCR".

Os testes rápidos de pesquisa antigénio “servem essencialmente para despistar pessoas que estando positivas, mas assintomáticas, podem andar a contaminar a comunidade”.

Este teste é feito através de uma zaragatoa na boca e pode detetar a infeção em apenas 48 horas após o contacto com alguém infetado, ou seja, sem que tenha sintomas e o resultado é obtido em 15 minutos.
Os interessados devem ligar ou enviar mensagem para o número 962051984 e indicar a hora e número de pessoas a testar.