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quarta,
04 dez 2024
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Mação Restaurante Pedagógico reabriu portas no Agrupamento Verde Horizonte (c/áudio e fotos)

4/12/2024 às 17:01
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Todos os anos repete-se a inauguração do restaurante pedagógico do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte, em Mação. É, por isso, um restaurante diferente. E todos os anos há uma ementa e um motivo diferente na apresentação do curso profissional de Restauração e Hotelaria. É um jantar preparado pelos alunos, servido pelos alunos numa sala preparada pelos alunos, sempre com o olhar dos chefs que assumem a responsabilidade deste curso que ganhou nome na região e no país.

Este jantar teve a particularidade de ter duas despedidas. José António Almeida, diretor do Agrupamento de Escolas, e Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação. Ambos estão a finalizar os mandatos e, no próximo ano, não voltam a entrar neste evento nos cargos que hoje desempenham. Por isso foi um jantar recheado de mensagens de agradecimento, mas também de história de um curso com “pés firmes” epor isso com muita esperança nos desafios futuros.

José António Almeida, foi ele a fazer os agradecimentos, como responsável pela escola. Porque teve nos convidados o conselho-geral e o conselho pedagógico. “São lá que são validadas todas as questões ligadas a educação no agrupamento e no concelho de Mação.”

Houve ainda o agradecimento à professora Perpétua porque substitui o diretor [José António Almeida] na escola do primeiro ciclo. Não faltou uma mensagem aos colegas de direção do agrupamento. “São agradecimentos que tenho de fazer porque pode ser a última vez que estarei aqui, numa inauguração deste espaço.”

 

Abrindo gavetas do passado, aí com uns 20 anos, José António Almeida fez questão de dizer que “o nosso agrupamento fez caminho. Caminho novo. Trilhando caminhos que não estavam corridos.” E explicou: “José Alberto era diretor dos estabelecimentos escolares. E chegar lá um diretor de uma escola do interior com umas propostas que nunca tinham sido feitas, ele podia tê-las cortado. Mas nunca o fez. E incentivou. E por isso que hoje há sete ofertas de ensino secundário.”

 

Depois virou o olhar para o presidente da Câmara de Mação ao dizer que o concelho “fica a dever muito a Vasco Estrela. Em termos educativos fica a dever muito a Vasco Estrela. Nunca lhe propus nada que ele não respondesse de forma efetiva. Às vezes resmungava. Mas nunca colocou obstáculos. Ele acreditou nas opções do agrupamento e acreditava no trabalho feito aqui.”

 

E estes projetos desenvolvidos em Mação saíram do país para a Alemanha, Itália ou França foi por onde andamos em projetos. E também vieram cá ver o que andamos a fazer.

 

Nota ainda do diretor para a Associação de Pais. Porque a escola, em geral, tem uma grande dificuldade de ligação aos pais. “Queremos trazer cada vez mais pais para ajudar a sua formação. E se todos queremos o mesmo, temos que caminhar juntos”, vincou José António Almeida.


José Alberto é um homem a quem Mação e a escola muito agradecem. Este projeto educativo que permite que Mação tenha ensino secundário começou quando José Alberto era o coordenador da Direção Regional de Educação de Castelo Branco, à altura, onde as escolas de Mação estavam integradas.

E, agora já reformado, diz que continua ligado à sua escola e ao ensino em geral. Lembrou como conheceu o Zé António em 2003.

“Eu gosto de vir ao terreno e de conhecer o terreno. E havia quem não gostasse que desse turmas pequenas a Mação e não desse a outras escolas. E sempre disse, inclusive ao atual secretário de Estado da Educação que tem de vir mais ao terreno ver o que está a ser feito nas escolas.”

O ex-responsável justifica que “E há aqui [Mação] trabalho que será difícil deitar abaixo.”

E revelou um desafio dos tempos atuais, “os professores têm de passar a ter formação diferente da que nós tivemos.”

 

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, também aproveitou para fazer, ainda que de forma curta, um balanço destes anos de ligação entre Município e escola. E foi uma ligação desenhada muitos anos antes de haver a descentralização de competências do Ministério para as autarquias. “É um projeto de valor. Penso que cumprimos. Muitas vezes andamos no limite, mas sempre no interesse da comunidade”, disse o autarca.

E depois deixou uma mensagem para o futuro: “espero que os que nos vão suceder nos cargos possam manter a mesma boa relação entre as instituições. Sempre fomos parceiros ativos, sempre percebemos os problemas do agrupamento e do concelho. Penso que estivemos sempre do lado das soluções e nunca do problema.”

 

O trabalho foi todo feito pelos alunos que, pela primeira vez, assistiram na sala à sessão de abertura do restaurante pedagógico.

Bárbara Vieira é a coordenadora do curso de Restauração e Hotelaria e explicou a de que forma é que é preparado o jantar. Com envolvimento de todos os alunos. É sempre escolhida uma ementa ligada ao concelho e à época do ano, por isso a abóbora, o borrego, as castanhas ou os medronhos.

Bárbara Vieira manifestou ainda satisfação por ter dois alunos do curso em competições nacionais.

Cristiano Silva participou no 46.º Campeonato Nacional das Profissões SkillsPortugal Norte 2024, na profissão de Cozinha.

E o Edmilson participou no Jovem Talento da Gastronomia, na categoria Plant Based by Bonduelle.

São estes exemplos que ajudam os outros alunos e também a escola. Porque entrar nestes concursos, não sendo uma escola profissional, quererá dizer que há trabalho que está a ser bem feito.

 

Vamos ao jantar, começou com um risotto de abóbora com Lúcio perca frito, abóbora assada e pistachios

 

Como prato principal: espetada de borrego, puré de castanha, chícharo e batata-doce, salada outonal com uva, cogumelos, laranja, rúcula

E na sobremesa: chaves de Mação, gelado de eucalipto e mel, medronho fresco e merengue crocante

E para fechar o pacote, a presença jovial da Francisca Correia que continua a animar os jantares com fado. Trata-se de uma ex-aluna que ficou a trabalhar na escola no âmbito da promoção das artes e que tem nos jantares pedagógicos uma presença “obrigatória.”

 

 

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