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Incêndios: Turismo do Centro defende revisão da Estratégia para o Turismo 2027

25/10/2017 às 00:00
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A Estratégia para o Turismo 2027, que estabelece "ações e objetivos" para o setor na próxima década, deverá ser revista tendo em conta o impacto dos incêndios no setor, defendeu hoje o presidente da Turismo do Centro.

Pedro Machado considera que a Estratégia 2027 não pode ignorar as dificuldades criadas pelos incêndios de junho e outubro na atividade turística, lembrando que no Centro do país foram atingidos pelos incêndios deste ano 59 dos 100 municípios que integram a Entidade Regional.

No setor do Turismo, há perdas materiais avultadas, com destruição parcial ou completa de 39 empreendimentos turísticos e de diversas atrações turísticas, como percursos pedestres.

Há ainda um "rombo" na confiança dos turistas e operadores, traduzida numa primeira fase pela queda em 77 por cento das reservas hoteleiras em toda a região, que foi a mais afetada a nível nacional pelo avanço das chamas, que no incêndio de 15 de outubro devastaram também uma larga faixa do litoral.

Pedro Machado (à direita) esteve em Sardoal no passado mês de setembro, um concelho também afetado pelos fogos

O responsável da Turismo do Centro defende neste contexto a revisão da Estratégia 2027, avançando até com a proposta de "reposicionar a marca do Turismo", tendo em conta o impacto dos incêndios em "ativos diferenciadores", como a natureza e água.

"É preciso reposicionar a marca, trazer a realidade ao concreto da região", diz Machado, acrescentando que "posicionar o Turismo interno como fator de competitividade obriga à revisão de todas as linhas de atuação".

A Estratégia para o Turismo 2027 pretende ser o referencial estratégico para o Turismo em Portugal na próxima década, articulando uma visão de longo prazo com uma ação no curto prazo, no âmbito do futuro quadro comunitário de apoio 2021-2027.

A estratégia identifica prioridades e opções, promove a integração das políticas setoriais que influenciam a atividade do turismo e assegura uma estabilidade nas políticas públicas do turismo até 2027.

Assenta em cinco eixos estratégicos: valorização do território; impulsionar a economia; potenciar o conhecimento; gerar conectividade; projetar Portugal. Tem como ativos diferenciadores o clima e a luz; a história e a cultura; o mar; a natureza e a biodiversidade; e a água, com os recursos hídricos existentes no interior do país como os rios, praias fluviais e termas.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Lusa