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Abrantes

Autarca elogia proteção dos trabalhadores e lamenta prazos demasiado longos na aprovação de projetos (c/áudio)

26/09/2023 às 21:31
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O presidente da Câmara de Abrantes elogiou esta terça-feira o governo pelas ações de proteção aos trabalhadores da central a carvão, do Pego, que perderam os seus empregos, mas lamentou o tempo que demora a colocação dos projetos do Fundo para a Transição Justa no terreno.
Manuel Jorge Valamatos discursava na conferência "Explorar a diversificação económica e as oportunidades de investimento no Médio Tejo" decorre esta terça e quarta-feira na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes com a organização da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro).

O autarca de Abrantes referiu-se à plataforma para a transição justa que pretende para capacitar as empresas do médio Tejo, aludindo a um dos três territórios em que este programa está a ser implementado. Mas deixou claro que apesar de o programa ter uma abrangência intermunicipal, o epicentro do problema aconteceu no concelho de Abrantes. E reforçou que o “encerramento do carvão no Pego deixou marcas profundas na região.”

A própria ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, revelou que as emissões de CO₂ no concelho de Abrantes diminuíram 70%, mas o encerramento da central deixou 420 pessoas, direta e indiretamente, no desemprego.

O presidente da Câmara de Abrantes referiu que “há um ponto em que o processo de e ser elogiado. A proteção dos trabalhadores.” E depois acrescentou: “Ontem [25 de setembro] estivemos com a secretária de Estado da Energia [Ana Fontoura Gouveia] e conseguimos a garantia que até 2024 os trabalhadores mantêm os ordenados, como se estivessem a trabalhar. Mesmo estando em formação.” O autarca revelou ainda que estes anos vão refletir-se igualmente na carreira contributiva dos ex-trabalhadores da central do Pego a carvão.

 

Manuel Jorge Valamatos

E depois deixou ainda a garantia que estes trabalhadores podem também vir a fazer formação através da Endesa e do projeto que ganhou o concurso para o ponto de ligação à rede e não apenas as ações desenvolvidas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional.

Mas se o autarca elogiou o trabalho na proteção dos trabalhadores, logo a seguir deixou um lamento: “No território ainda há muito por fazer.”

Manuel Jorge Valamatos disse que o primeiro aviso do FTJ foi lançado há dois anos, “22 meses para ser preciso, a 30 de novembro de 2021, e hoje ainda não há contratos assinados” para financiamentos. O presidente da Câmara de Abrantes e vice-presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo alertou que “o tempo dos empresários é outro e temos todos de estar despertos para essa questão sob pena de deixarmos fugir, ou mesmo cair, investimentos importantes para a nossa região.”

 

Manuel Jorge Valamatos

Recorde-se que deste primeiro aviso lançado em novembro de 2021 estão apuradas, ou em análise, 8 projetos, sendo que há pelo menos três que podem mudar de concurso por via de facilitar o acesso aos fundos disponíveis.

Mesmo com o primeiro aviso ainda sem projetos oficialmente selecionados, na sexta-feira foi lançado um novo aviso, com dotação financeira de 30 milhões de euros, para projetos de grandes empresas. Ou seja, para projetos de não PME’s.

Manuel Jorge Valamatos

O presidente da Câmara de Abrantes vincou ainda a investigação como uma aposta forte no futuro, onde haverá uma ligação forte do Tagusvalley, com a nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes e com a futura Zona Livre Tecnológica para as energias renováveis que deverá ter, brevemente, o modelo de funcionamento aprovado.

A conferência "Explorar a diversificação económica e as oportunidades de investimento no Médio Tejo" decorre hoje e quarta-feira na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, no contexto da mobilização do Fundo para uma Transição Justa pelo Programa Regional Centro 2030, disponível para o território do Médio Tejo, na sequência do encerramento da Central termoelétrica a carvão do Pego.

O objetivo, segundo a organização, é “identificar oportunidades de investimento e reunir contributos e ideias para apoiar o desenvolvimento de projetos sustentáveis” no Médio Tejo", focando três áreas em particular: "a economia circular no setor agroalimentar, a valorização da biomassa no setor florestal, e a cadeia de valor do hidrogénio".

 

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