Mau tempo Proteção Civil vai reduzir nível de alerta para amarelo (c/áudio)
A Proteção Civil vai reduzir hoje o nível de alerta laranja para amarelo em todos os distritos de Portugal Continental devido ao desagravamento das condições meteorológicas, mas alerta que ainda podem ocorrer “situações pontuais de inundação”.
“A partir das 14:00, o alerta especial da Proteção Civil laranja passa para amarelo, há aqui um ligeiro desagravamento, mas isso não significa que não possam ocorrer situações pontuais de inundação. Mantemos, por isso, o alerta especial de nível amarelo com o dispositivo no terreno ainda nesta fase de reabilitação e pronto para intervir caso haja novas situações de inundação”, disse aos jornalistas o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes.
Num ponto de situação na sede nacional da ANEPC em Carnaxide, Oeiras, sobre o mau tempo que está a afetar o país, André Fernandes afirmou que as previsões meteorológicas apontam para “o regime de aguaceiros, que por vezes pode ser forte, mas dado a situação já de ‘stress’ nas bacias hidrográficas poderá haver pontualmente uma situação de inundação”.
“Mantemos essa monitorização, sobretudo nas áreas urbanas que podem ter inundações”, precisou.
A Proteção Civil estava em nível laranja (o segundo mais grave de uma escala de quatro) para todo o dispositivo desde terça-feira. O alerta amarelo (o terceiro da escala) significa um grau de gravidade moderado, existindo a possibilidade de ocorrência de fenómenos que, não sendo invulgares, podem representar um dano potencial para pessoas e bens.
André Fernandes, comandante ANEPC
A ANEPC tem quatro ‘Estados de Alerta Especial’ (Azul, Amarelo, Laranja e Vermelho), que determinam o reforço da monitorização e incremento do grau de prontidão do dispositivo.
O comando nacional indicou que, para hoje, se mantém o regime de aguaceiro, que por vezes pode ser forte, e existe ainda possibilidade da ocorrência de trovoada ao longo da tarde.
André Fernandes avançou que está prevista chuva forte para a madrugada de dia 16 (sexta-feira), existindo um “ligeiro agravamento” das condições meteorológicas, e aumento da agitação marítima.
No entanto, salientou que para o fim de semana “é expectável que exista um desagravamento da situação meteorológica”.
O comandante nacional deu também conta que uma das preocupações atuais são os deslizamentos de terras, tendo em conta a precipitação que caiu nos últimos dias e a carga de água que existe nos solos.
Nesse sentido, referiu que as autoridades mantêm a monitorização e apelou à população para que contacte os serviços municipais de proteção civil caso sinalize alguma situação de possível deslizamento de terras.
André Fernandes disse ainda que os planos especiais de emergência e proteção civil para cheias da bacia do Tejo e do Douro mantêm “o estado de especial de alerta amarelo”.
A chuva intensa e persistente que caiu na terça-feira causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
No total, há registo de 83 desalojados, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), e o mau tempo levou também ao corte e condicionamento de estradas e linhas ferroviárias, que têm vindo a ser restabelecidas.
Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, situação que está regularizada na maior parte dos casos. Em Campo Maior, no distrito de Portalegre, a zona baixa da vila ficou alagada e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto, segundo a Câmara Municipal.
Segundo a ANEPC, estão “cinco planos municipais de emergência ativos”, quatro no distrito de Portalegre e um em Santarém, mantendo-se em estado de alerta amarelo os planos especiais de emergência para as bacias dos rios Tejo e Douro devido ao risco de cheias.
Lusa