Este ano o dia de Todos os Santos coincide com a Lua Nova, não nos permitindo a sua observação. Dois dias depois já nos será possível assistir ao pôr da Lua entre a estrela Antares e o planeta Mercúrio, astros que atualmente são visíveis ao anoitecer. Notar que o planeta Mercúrio tem-se deslocado aos poucos para leste passando ao lado de Antares na madrugada de dia dez.
Na noite de dia quatro a Lua terá chegado ao pé de Vénus. Nesta noite dar-se-á igualmente o pico de atividade da chuva de estrelas Táuridas do Sul, as quais não são mais do que pequenas rochas e poeiras libertadas pelo cometa Encke. Em condições de observação ideais (raramente verificadas) podemos encontrar até meia dezena de meteoros por hora os quais, apesar de poderem surgir de qualquer parte do céu, parecerão ter origem na região do céu (o radiante) donde se encontra a constelação do Touro, daí o seu nome deste.
Existe outra chuva de estrelas com características semelhantes as das Táuridas do Sul, tanto em termos de objeto de origem, intensidade e radiante. Estas são chamadas de Táuridas do Norte e terão o seu pico de atividade na madrugada de dia doze.
O quarto crescente de dia nove (junto a constelação do Capricórnio) sinalizará o nonagésimo aniversário do nascimento do astrónomo Carl Sagan, divulgador de ciência de fama mundial.
Ao início da madrugada de dia 11 veremos a Lua pôr-se ao lado do planeta Saturno, que por estes dias está bem a meio da constelação do Aquário.
Três dias após esta efeméride comemorar-se-á o quinquagésimo quinto aniversário do lançamento da missão Apolo 12, a segunda missão tripulada com destino à superfície lunar. Neste mesmo dia catorze a Lua atingirá o ponto mais baixo da sua orbita: o perigeu, o qual se encontra pouco mais de trezentos sessenta mil quilómetros de nós (i.e., cerca de nove vezes o perímetro terrestre). Devido a tal efeméride ocorrer na véspera da Lua Cheia, esta será ligeiramente maior do que é habitual: é a famosa Súper Lua Cheia. Este é um fenómeno relativamente habitual, sendo que em 2024 terão ocorrido quatro destes eventos.
A presença da Lua junto ao Sete-Estrelo (ou Plêiades) na madrugada de dia dezasseis coincidirá com a chegada do planeta Mercúrio à sua maior elongação (i.e., afastamento relativamente ao Sol) para leste.
Na madrugada de dia dezassete o planeta Úrano estará em oposição (na direção oposta à do Sol), coincidindo com o pico de atividade da chuva de estrelas Leónidas. Alguns destes restos do cometa 55P/Tempel-Tuttle chegam a atravessar a nossa atmosfera à velocidade de setenta e um quilómetros por segundo, dando origem a bolas de fogo particularmente brilhantes chamadas bólides.
A última efeméride significativa deste mês será o quarto crescente que terá lugar no dia vinte e três junto a Régulo, a estrela mais brilhante da constelação do Leão.
Boas observações!
Por: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e FCTUC)
Figura 1: céu a sul pelas cinco horas da madrugada de dia seis. Igualmente são visíveis os radiantes das chuvas de estrelas Táuridas do Norte, Táuridas do Sul e Leónidas.
Figura 2: Céu a Sul ao anoitecer de dia nove. Igualmente é indicada a posição da Lua e de Vénus ao anoitecer de dia cinco.
(imagens adaptadas de Stellarium)