Pesquisar notícia
quarta,
27 nov 2024
PUB

Astronomia O céu de maio de 2024

4/05/2024 às 11:00
Partilhar nas redes sociais:
Facebook Twitter

O primeiro dia do mês é marcado pelo quarto minguante, uma fase lunar propícia à observação das suas crateras e montes, devido à forma como a luz do Sol incide sobre o relevo lunar. Quem não conseguir observar a Lua devido a condições meteorológicas adversas, terá uma nova oportunidade no penúltimo dia do mês.

A presença da Lua junto ao planeta Saturno será outra efeméride que, neste mês, virá em dose dupla: primeiro no dia três e, seguidamente, a trinta e um de maio.

No dia quatro celebra-se o trigésimo quinto aniversário do lançamento da sonda Norte-Americana Magalhães, cuja principal missão foi mapear a superfície do planeta Vénus, recorrendo para tal ao radar que levava a bordo. Esta missão terminou a onze de outubro de 1994 com a entrada da Magalhães na superfície venusiana, resultando na destruição desta sonda.

Nesta mesma noite tem lugar o pico de atividade da chuva de estrelas Eta Aquáridas. O Hemisfério Sul é mais propício à observação deste evento sendo que, a cada hora, é possível observar até meia centena destes pequenas rochas e poeiras que o cometa Halley foi perdendo ao longo do seu percurso. No entanto, às nossas latitudes, mesmo em condições de observação ideais, este número cai para cerca de metade.

De notar que, quem estiver acordado até ao final da madrugada de dia cinco, irá ver a Lua surgir ao lado do planeta Marte. Já uma madrugada depois, o nosso satélite natural ter-se-á aproximado Mercúrio. A seu turno, ao final da madrugada de dia sete será bastante difícil assistir ao nascimento da Lua junto Vénus. Tal sucede, pois, ocorrendo na véspera da Lua Nova, significa que estes dois astros estarão numa posição demasiado próxima da do Sol.

No dia treze de maio comemorar-se-á o décimo quinto aniversário do lançamento das sondas espaciais Planck e Herschel  pela Agência Espacial Europeia. A primeira estudou as anisotropias (i.e. a não uniformidade) da radiação cósmica de fundo, aquela radiação eletromagnética que permeava todo o universo trezentos milhões de anos após o Big Bang, permitindo-nos assim conhecer um pouco melhor o Big Bang e a estrutura do Universo. A sonda Herschel não foi menos importante, tratando-se do maior telescópio espacial a observar nas bandas do infravermelho e infravermelho próximo a anteceder o não menos famoso telescópio James Webb. Os objetivos da missão Herschel foram bastante variados, indo do estudo da formação de estrelas e galáxias, até à análise da composição química de diversos objetos do Sistema Solar. Estas duas missões permaneceram em funcionamento até vinte e três de outubro de 2013, altura em que foram desativadas.

Neste mesmo dia treze, planeta Úrano estará em conjunção, isto é, na direção do Sol. Cinco dias depois, será a ver de Júpiter encontrar-se nessa mesma situação. De notar que teremos de aguardar até meados da semana seguinte, ara passarmos a observar Júpiter ao amanhecer sendo que, mesmo assim, a sua observação será bastante difícil.

Entre estas duas efemérides teremos ainda o Quarto Crescente no dia quinze, o qual irá ocorrer junto à constelação do Leão, enquanto a Lua Cheia irá ocorrer no dia 23 junto à constelação do Escorpião sendo que, pouco depois das nove horas dessa noite iremos assistir ao nascer da Lua junto a Antares, uma estrela gigante vermelha situada no coração da constelação do Escorpião.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e FCTUC)