Hoje, as gerações mais novas não se dão ao luxo de ver lontras no Tejo central ou na maior parte dos rios. Mas as lontras já foram um animal “residente” no Tejo, nas suas margens.
A poluição foi um dos fatores que levou a que estes animais procurassem outros locais para nidificar e viver. O Parque Natural do Tejo Internacional, a montante de Vila Velha de Rodão, e o Parque Natural do Estuário do Tejo dão conta da sua existência.
Por aqui, mais pelo centro do país há registos de uma lontra que apareceu ou que se deixou ver em Abrantes em 2017. Mas agora, para gáudio das redes sociais, um cidadão filmou duas lontras a brincar, em plena luz do dia, à beira do Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha.
Já se sabe que os comentários são os mais variados. Uns apontam a melhoria da qualidade das águas, outros que terão “fugido” de lontreiras e há ainda outros que temem o desaparecimento “do pouco peixe” que ainda existe no rio Tejo.
A Antena Livre falou com Paulo Constantino, do movimento de defesa do rio Tejo, que revelou que a sua existência na Barquinha implica diretamente a melhoria da qualidade das águas. E depois alude o porta-voz do proTEJO que com caudais regulares, longe daquilo que se tem passado nos últimos anos, a biodiversidade poderá renascer e trazer para todo o Tejo o que já aqui existiu. Paulo Constantino diz que o movimento partilhou o vídeo na rede social com o texto “Se as condições existirem, a natureza acontece...”
Paulo Constantino, movimento proTEJO
De acordo com o site “florestas.pt” a lontra (Lutra lutra) está presente em quase toda a Península Ibérica, exceto na maior parte da costa mediterrânica. Em Portugal, vive em praticamente todo o tipo de ambientes aquáticos – lagos, rios, ribeiras, pauis, sapais e pequenas albufeiras – e ao longo da maior parte da linha costeira continental.
“A conservação e recuperação da vegetação ribeirinha é uma das ações recomendadas pelo ICNF para manter as populações e habitats naturais destes mamíferos que vivem junto a rios, ribeiros, lagoas ou sapais e até barragens.”
Antigamente, contam os mais idosos, era frequente ver lontras no Tejo. Mas a poluição e também os caudais inconstantes acabaram com os habitats destes animais que, normalmente, andam na água mais durante o crepúsculo ou até de noite.