O círculo eleitoral de Santarém, que no próximo dia 06 de outubro vai eleger nove dos 230 deputados à Assembleia da República, tem vindo a perder população e está a envelhecer.
Segundo dados do Eyedata, uma ferramenta de análise de dados estatísticos criada pela Social Data Lab para a agência Lusa, o distrito apresenta um saldo populacional natural por mil habitantes (que contrapõe os nascimentos aos óbitos) significativamente mais baixo do que a média nacional (-67,38, contra -25,26).
Esta perda de população é também patente nos menos 12.338 eleitores do que os inscritos nas legislativas de 2015.
A população residente no distrito - o EyeData baseia-se em dados da Pordata para estimar a população média em 2018 - era de 431.277 pessoas, 380.976 das quais estão recenseadas para votarem em 06 de outubro (contra as 393.314 de 2015).
Nem o saldo migratório contraria a perda populacional, continuando negativo (-4,6 por 1.000 habitantes, contra os 11,3 positivos da média nacional) e, no distrito, os estrangeiros legalmente registados representam 2,7% da população (contra os 4,6% da média nacional).
À perda de população junta-se o envelhecimento, com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2013, a mostrarem índices de envelhecimento (número de pessoas com 65 e mais anos por cada 100 pessoas menores de 15 anos) no distrito que vão dos 440,9 em Mação aos 93,2 em Benavente (único concelho do distrito que apresentava mais jovens do que idosos), passando pelos 165 da capital de distrito.
Segundo o Eyedata, em 2018, 12,5% da população residente no distrito de Santarém tinha menos de 15 anos (contra os 13,77% da média nacional) e 24,8% tinha 65 ou mais anos, suplantando os 21,7% da média nacional.
O índice do poder de compra per capita no distrito é de 89,75 (face aos 100,22 do país), o rendimento médio mensal é de 962,5 euros, abaixo dos 1.109 da média nacional, e a população com mais de 15 anos com pelo menos o ensino secundário é de 27,05% (contra os 30,53% da média nacional).
Já a taxa de desemprego, em 2018, surge abaixo da média nacional (4,16% contra 5,54%), com alguns concelhos a apontarem dificuldades de recrutamento por parte de empresas que se querem instalar.
Dotado dos mais férteis solos agrícolas do país, o distrito de Santarém tem entre os setores de atividade com maior predominância a agricultura e a agroindústria.
Dados do Eyedata indicam que existem 10,38 empresas não financeiras por 100 habitantes (contra 12,08 da média nacional). O número de empresas com atividades de saúde humana e apoio social por 1.000 habitantes é de 7,11 (sendo a média nacional de 9,21) e, no caso das que se dedicam às atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, 2,63 (contra os 3,48 da média nacional).
A dívida das câmaras municipais no distrito atinge os 553,04 euros por habitante (superior aos 436,04 da média nacional) e o número de trabalhadores da administração pública local é de 13,19 por 1.000 habitantes (também superior aos 11,62 da média nacional).
Em 2015, o distrito de Santarém registou uma taxa de abstenção de 42,1%, abaixo dos 43% a nível nacional, tendo a coligação PPD-PSD/CDS-PP sido a mais votada, com 35,8% dos votos e quatro dos nove deputados. O PS obteve 33% dos votos e elegeu três deputados, tendo os restantes dois sido conquistados pelo BE (10,8%) e pela CDU (9,6%).
Maria de Lurdes Lopes, da agência Lusa