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Sociedade

Crispean’s reabre como santuário da cerveja artesanal Ermida (C/ÁUDIO)

23/08/2020 às 00:00
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O nome mantém o tradicional de tantos anos e acrescenta a modernidade de quem o vai explorar. Crispean´s By Ermida Craft Beer House. Isso mesmo, uma união de uma “casa” com muitos anos, apesar de estar fechadas há algum tempo, com a cerveja artesanal de Abrantes Ermida.

A abertura deste espaço totalmente dedicado à ou às cervejas artesanais foi uma ideia e projeto de Rui Reis o “ideólogo” da cerveja artesanal Ermida.

Vamos por partes.

A Ermida é uma cerveja artesanal produzida em Abrantes.

O objetivo deste Crispean’s é ter um espaço para promover a cerveja artesanal Ermida. “Neste momento não tinha um espaço de porta aberta para vender. Vendia a Ermida diretamente da fábrica para a revenda”, explica o cervejeiro e promotor do espaço, Rui Reis.

E a definição daquilo que se pode encontrar neste bar é simples: “a ideia é promover a Ermida, mas também outros colegas meus. A ideia é ter a minha cerveja, mas, ao mesmo tempo poder apresentar outras variedades de cerveja sempre artesanal”. Rui Reis acrescenta que “o espírito desta casa é ter cerveja artesanal nacional. Somos, em Portugal, 50 a 60 cervejeiros a trabalhar, por isso tenho muito tempo para os mostrar. E depois há o mercado internacional”.

Há, contudo, uma linha traçada da qual não se quer desviar e que é sempre com o “espírito de fugir das cervejas mais correntes”, mais comerciais. Sempre e só uma aposta na cerveja artesanal.

A Ermida começou a ser produzida em 2014, estamos a fazer seis anos de existência no mercado, principalmente na revenda e nas feiras, que eram os locais onde vendia a produção, no verão. Fora do período alto das festas, e do calor, mantém uma série de clientes e espaços (mercearias e bares) principalmente da região. Mas há mais. Rui Reis diz que “também tenho um ponto de venda em Óbidos e outro, lá em baixo, em Olhão”.

Rui Reis diz que a aposta era marcar ponto nas feiras da especialidade, da cerveja artesanal, feiras de gastronomia, festas das cidades e vilas. Era aí que mostrava a Ermida, que dava a provar e explicava meia dúzia de coisas sobre a cerveja.

A cerveja artesanal de Abrantes começou como qualquer outra, uma variedade. Mas diz que sabe destas coisas que depois dos resultados da primeira, o “artesão” toma-lhe o gosto e começa a fazer experiências e a dar outros corpos, sabores e até volume de álcool.

“Eu aqui [no Crispean’s] tenho oito Ermidas diferentes. E tenho mais em casa que depois irei trazendo”, diz o cervejeiro acrescentando que neste momento a Ermida tem uma dúzia de variedades.

Rui Reis explica que já chegou a uma dúzia de variedades em seis anos porque produz com sazonalidade: “agora produzo um lote que só para o ano é que volto a produzir”. Tudo tem a ver com a característica das cervejas. Quando a produção começa é destinada logo “aos meses mais quentes ou aos meses mais frios”.

Entrevista a Rui Reis, cervejeiro 

Mas afinal qual a diferença entre uma cerveja artesanal e a cerveja das grandes marcas nacionais? Rui Reis explica: “as grandes marcas fazem a cerveja para ser vendida em grandes quantidades, é sempre o mesmo processo. A cerveja artesanal pensa na diferenciação, na inovação, na seleção das matérias-primas [dos Lúpus e dos Maltes] e através das combinações dos vários ingredientes criarem cervejas completamente diferentes. Com paladares, cores, sabores completamente diferentes”.

No Crispean’s o cliente pode encontrar uma torre no balcão com oito torneiras o que dizer que tem outras tantas variedades de Ermida à pressão. Claro que também tem a garrafa para poder levar para casa. Mas com tanta variedade há que tentar perceber quais são as diferenças: “o sabor, umas mais alcoólicas que outras, umas mais amargas, outras mais doces, mais pálidas, mais escuras, temos as ruivas. Haja criatividade”.

Aos seis anos de vida a Ermida tem uma produção anual total [das 12 variedades] de dois mil litros, onde se inclui metade para a pressão e a outra metade para a garrafa.

Rui Reis não se considera um microcervejeiro, antes um nano-cervejeiro. Mas, mesmo assim, continua a apostar na inovação.

Com a pandemia, as feiras e eventos foram suspensos e a Ermida não pode marcar presença nesses locais. Rui Reis diz que nestes últimos meses muitas pessoas foram “a minha casa para comprar a cerveja”. E acrescentou as lojas online. Naquilo que foi a venda em garrafa correu bem. Na pressão tem agora a oportunidade de criar as vendas para ao consumo direto.

Entrando no Crispean’s e pedindo uma cerveja (na foto) podemos fazer perguntas que o cervejeiro responde: “é uma blonde ale, loira e fácil de beber. É inspirada numa receita americana, levou Lúpus americano”. É, ao que percebemos, a cerveja mais “simples” da marca Ermida e que pode funcionar como porta de entrada no mundo das cervejas artesanais. “Depois de abrir a porta temos mais sete torneiras de coisas completamente diferentes”. Quando questionado sobre a segunda prova, Rui Reis, entre alguns risos, diz que é para provar todas. Mas depois lá aconselha uma imperial Ipo, uma cerveja mais amarga.

Como o Crispean’s abriu portas e fica na Rua da Fonte de São José N.º53, em Alferrarede, olha em direção à Estrada Nacional 2, muito na moda. E essa rota turística pode trazer muitos clientes que procuram coisas diferentes, sabores e experiências novas e diferenciadoras.