Pesquisar notícia
quinta,
02 mai 2024
PUB
Sociedade

CRIA arrancou com CLDS 4G com 568 mil euros para 36 meses

2/09/2020 às 00:00
Partilhar nas redes sociais:
Facebook Twitter

O Contrato Local de Desenvolvimento Social de Abrantes de quarta geração (CLDS 4G) arrancou esta terça-feira, dia 1 de setembro. Gerido pelo Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) o contrato vai ter a duração de 36 meses, 17 atividades e um valor global de 568 mil euros. Este projeto está dividido em três eixos. Dois deles, família e idosos, desenvolvidos pela equipa do CRIA e um terceiro, emprego e empreendedorismo, desenvolvido em parceria com o Parque Tecnológico de Abrantes.

Andreia Vitório, coordenadora do projeto, destacou o arranque do trabalho já esta quarta-feira, dia 2 do projeto, com a assinatura de um protocolo com a União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede. Este é o primeiro passo que permita depois todo o trabalho de planeamento das ações concretas. Para já “queremos saber qual a necessidade que está em cima da mesa para trabalharmos essa necessidade”, explicou a coordenadora do contrato. Andreia Vitório notou que este protocolo irá abranger os três eixos.

Andreia Vitório, coordenadora do CLDS

Já Nelson de Carvalho, presidente da direção do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) deixou a nota de que este contrato de desenvolvimento social não teve qualquer alteração por causa da pandemia, uma vez que começou a ser desenhado antes da COVID-19. Mas depois vincou que a pandemia vai é alterar a forma como as ações e atividades poderão ser desenvolvidas. E deu o exemplo de worshops ou de sessões de informação que poderão ter de ser reequacionadas, ou adaptadas face às contingências do coronavírus e às medidas da Direção-Geral da Saúde.

O presidente da direção do CRIA deixou claro que o CLDS 3G que também foi gerido pela instituição assentou numa candidatura. Este já foi diferente porque mudou o mecanismo. O CLAS (Conselho Local de Ação Social), presidido pela Câmara Municipal, escolheu o CRIA e “convidou-nos para a implementação deste CLDS 4G”, explicou Nelson de Carvalho mostrando a satisfação pelo facto de o projeto anterior ter corrido bem e com boa avaliação da Segurança Social. “Para nós, é uma honra muito grande porque entenderam que os três anos de execução num projeto que não era fácil. E há essa responsabilidade que assumimos quando aceitámos, fazer com que esse projeto corra bem, com que o investimento que temos à disposição para este conjunto muito grande de ações chegue, de facto, às pessoas, contribua para elevar os níveis e os patamares de coesão, qualificação das famílias, das pessoas”, disse Nelson Carvalho. E acrescentou: “seja nas questões das pessoas, seja nas questões da empregabilidade, valorizar as competências das pessoas para chegarem mais facilmente ao emprego. Então hoje, com esta crise, é uma questão muito preocupante”.

O presidente do CRIA assume a responsabilidade que têm em mãos: “Disseram-nos vocês fizeram bem e agora têm de fazer melhor”.

Nelson Carvalho, presiodente da direção do CRIA

No global e ao longo dos próximos 36 meses o CLDS vai implementar 17 atividades, com 239 ações e tem como destinatários 1366 pessoas, com um orçamento global de 568 mil euros.

Paula Grijó, vereadora e presidente do Parque Tecnológico de Abrantes, agradeceu “o olhar para a Tagusvalley como parceiro num dos eixos. E esta escolha pode desmistificar um bocadinho o que é o Tagusvalley que, em geral, está sempre mais associado ao centro de transferência de conhecimento ou até às empresas que lá temos instalados”. A responsável política pelo Parque disse que este eixo do CLDS 4G de Abrantes vai ser implementado a partir do Tagusvalley, a partida da unidade de acolhimento empresarial e empreendedorismo porque a “forma como olhamos para este projeto é para um novo mundo” em torno do empreendedorismo social.

Paula Grijó, presidente Parque Tecnológico do Vale do Tejo

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, esteve presente neste lançamento do CLDS de Abrantes, que vai ter uma intervenção de 36 meses no concelho. O presidente do Município disse que estes tempos de pandemia vieram realçar muito aquilo que é o trabalho em torno da área social. “Tivemos conversas para falar em lares ilegais, das pessoas mais e menos desprotegidas, falou-se de muitas matérias. Mas nos últimos meses passou a falar-se mais das áreas sociais, no seu todo”, disse o presidente da autarquia que acrescentou que “também nos fundos europeus há uma aposta maior nesta área e no imaterial. Há esta necessidade de se olhar para as pessoas, para as crianças, para aqueles que estão mais frágeis”.

E depois contou uma história do seu tempo de professor, no concelho de Sardoal. Havia uma família que recebia uma palete de leite. Mas no primeiro dia abriam todos os pacotes de leite, pelo que a maior parte acabava por se estragar. Com esta analogia o autarca deixou a mensagem que, muitas vezes, não é um grande apoio que muda a vida das pessoas, mas sim o apoio certo com as ferramentas certas. No caso daquela família, mais do que dar o leite, teria sido importante ensinar a melhor forma de “gerir” o leite para que não se estragasse e pudesse ser consumido durante mais tempo.

E o CLDS pretende, em larga escala, ser esta ferramenta que contribua para melhorar a vida das pessoas mais desfavorecidas.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes

O que é o CLDS 4G

O Eixo 1 (Emprego, Formação e Qualificação) tem a gestão da Tagusvalley que neste CLDS 4G surge como parceiro privilegiado do CRIA. Prevê um total de 7 atividades, 43 iniciativas para um público-alvo de 408 destinatários. Terá um orçamento de 176 mil euros.

O objetivo é o estímulo do emprego, das competências empreendedoras e a integração profissional. As atividades passam pela realização de workshops, concursos de ideias e ações de sensibilização e informação.

Os destinatários serão pessoas desempregadas, jovens à procura do primeiro emprego, beneficiários do RSI (Rendimento Social de Inserção). Haverá também um olhar atento para alunos que estão a concluir o ciclo escolar e que pretendam abandonar os estudos.

O Eixo 2 (Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil) tem previstas seis atividades, 82 iniciativas e aponta a 538 destinatários. O orçamento deste eixo prevê um investimento de 235 mil euros.

Neste eixo as atividades têm como base dotar os destinatários de conhecimentos mais aprofundados sobre estilos de vida saudáveis e potencializar os mesmos para “uma gestão mais consciente dos recursos”. As iniciativas passam pelos workshops, sessões de informação e oficinas práticas. Já o público-alvo serão famílias, crianças, jovens e pessoas com deficiência, incapacidade ou idosas.

O Eixo 3 (Promoção do envelhecimento ativo e apoio à população idosa) será coordenado pelo CRIA, aponta a 420 destinatários e terá quatro atividades, 114 iniciativas e um orçamento de despesa de 156 mil euros.

Este eixo aponta à necessidade de consciencializar os destinatários sobre situações de perigo e de risco, promover o envelhecimento ativo e permitir o acesso e o conhecimento dos mais idosos às novas tecnologias por forma a contribuir para a diminuição do isolamento social. As ações vão passar pela organização de sessões de convívio, de informática e sócio-culturais. Os destinatários são pessoas idosas, pessoas com deficiência e crianças e jovens.

Andreia Vitório, coordenadora do CLDS 4G

A duração total deste Contrato Local de Desenvolvimento Social de quarta geração (CLDS 4G) tem a duração total de 36 meses e um orçamento global de 568 mil euros e teve início formal esta terça-feira, 1 de setembro.

Este CLDS 4G tem a coordenação de Andreia Vitório e conta com o trabalho de Patrícia Amorim, educadora social, Andreia Bica, Assistente Social, e conta ainda com duas profissionais do Parque Tecnológico de Abrantes.

Em termos globais estes contratos são financiados pelo Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Social Europeu e pretende construir um instrumento de combate à exclusão social, realizar uma intervenção de proximidade, valorizar as respostas de cada concelho e realizar uma intervenção pensada e articulada com os agentes do concelho.