A comunidade católica de Abrantes está a desenvolver ações de apoio ao padre José da Graça depois de o cónego ter sido dispensado de funções nas paróquias da sede do concelho pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
No passado sábado, reuniram-se dezenas de abrantinos, no Luna Hotel de Turismo, para sustentar as ações que venham a ser desenvolvidas pelo MOSAR-CJG, um Movimento Social de Apoio e Reconhecimento para com o Cónego José da Graça.
Ao sentir “inquietação e tristeza por parte da população”, o presidente da Câmara Municipal de Abrantes contactou telefonicamente o bispo Antonino Dias e esta terça-feira deu conta que o bispo lhe “apresentou as razões da hierarquia religiosa e manifestou a irreversibilidade da situação”.
Manuel Jorge Valamatos relembrou que o Estado é laico mas, nesta situação, “há duas questões e uma é pessoal, pois também eu sou amigo do cónego José da Graça e reconheço o valor do seu trabalho na cidade, que não é questionável para a nossa comunidade”.
“Enquanto presidente da Câmara manifestei ao senhor bispo que sentia que a comunidade tinha ficado triste com a situação. O senhor bispo invocou um conjunto de razões e disse que era irreversível esta tomada de posição e nós, Câmara Municipal e enquanto presidente, temos que nos afastar destas questões”, explicou o autarca.
Questionado acerca de possíveis manifestações na cidade, o presidente afirmou que “a comunidade tem legitimidade para se manifestar e mostrar o seu descontentamento ou apoiar qualquer iniciativa”. No entanto, Manuel Jorge Valamatos disse lamentar “toda esta situação” mas que “são hierarquias que nós não temos capacidade nem competência de intervir. Temos que aceitar aquilo que são as tomadas de posição dos diferentes órgãos, organismos e entidades na sua autonomia”.
O presidente da Câmara Municipal de Abrantes atestou que a “comunidade ficou, de uma forma geral, triste com este acontecimento” e acrescentou que “acho que o senhor bispo nunca pôs em causa todo o trabalho do cónego José da Graça, pelo contrário”.
Manuel Jorge Valamatos revelou ainda que, pessoalmente, “conheço o senhor padre José da Graça há muitos anos, ou desde sempre, e também eu fico triste, gostava que isto não estivesse a acontecer e respeito todos os movimentos civis que se geram em torno desta situação”.
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