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Portugal de Lés-a-Lés

2 mil motos do Portugal de Lés-a-Lés chegaram a Abrantes (C/ÁUDIO, VÍDEO E FOTOS)

4/06/2021 às 22:00
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As curvas. A cada pergunta sobre o que o dia teve de melhor, as respostas foram, na sua grande maioria, as curvas. Neste caso, as curvas da Estrada Nacional 2, no percurso que liga S. Pedro do Sul a Abrantes e que levou os participantes a delirar com o percurso escolhido pela Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) para o evento de 2021.

Num percurso, intimamente ligado à Estrada Nacional 2, os participantes podiam, naturalmente, escolher entre rolar e seguir o road book ou fazer paragens para poder desfrutar algumas localidades do percurso deste evento. Aliás, tratando-se de um passeio mototurístico não há corridas ou qualquer vantagem em chegar em primeiro.

Carlos Madeira foi o primeiro motociclista a chegar a Abrantes e frisou isso mesmo. O seu grupo saiu às 6:30 de S. Pedro do Sul e escolheram para este Portugal de Lés-a-Lés rolar e seguir, escrupulosamente, as indicações do road book, salientando que o ter chegado em primeiro não tem qualquer importância.

Aliás, disse que já faz o Portugal de Lés-a-Lés há várias edições e que esta viagem, pela Nacional 2, permite conhecer o país, permite conhecer pessoas, culturas e localidades.

Carlos Madeira

Manuel Lopes, na sua vespa azul, foi o primeiro participante de Abrantes a passar o checkpoint do Largo 1.º de Maio. A paixão pelo motociclismo não é nova, mas esta foi a primeira vez que participou neste evento. E fazer o Portugal de Lés-a-Lés de vespa não é tão “confortável” como numa moto, das muitas que foram passando pelo palanque de chegada.

Manuel Lopes frisou que esta é uma aventura para todas as pessoas que gostam de motas e que convívio é a base deste evento. O Portugal de Lés-a-Lés será para repetir, mas com um “parceiro” para que possam trocar impressões ao longo do percurso.

A viagem de vespa é uma aventura maior, mas o abrantino diz que o que mais gostou foi todo o passeio à volta de Chaves, para conhecer a zona raiana. Esta quinta-feira foi mais complicada por causa das curvas e nas saídas para localidades, enquanto que esta sexta-feira já foi mais rolar pela Nacional 2.

Manuel Lopes

Os mais de 2.200 participantes começaram a jornada por volta das 6:30 da manhã em S. Pedro do Sul e passaram pelos concelhos de Viseu, Tondela, Mortágua, Santa Comba Dão, Penacova, Vila Nova de Poiares, Góis, Lousã, Pedrogão Grande, Sertã, Vila de Rei, Sardoal com a chegada em Abrantes entre as 15:30 e as 20 horas.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, esteve durante a tarde no Largo 1.º de Maio que foi o ponto de chegada dos participantes neste Portugal de Lés-a-Lés. Não há qualquer competição, mas mais 1.800 motociclos a passar por Abrantes com mais de 2.200 participantes é um incremento forte na economia, principalmente na hotelaria e na restauração. E o autarca destaca que não é apenas em Abrantes, porque toda esta “caravana” vai esgotar a capacidade de Abrantes e entrar nos concelhos vizinhos.
O presidente da Câmara destacou a boa organização no que diz respeito às regras emanadas pela Direção-Geral da Saúde e vincou que não há grandes ajuntamentos até porque os participantes vão chegando a conta-gotas, ao longo de quatro horas. Mas este Portugal de Lés-a-Lés é tão mais importante porque é um investimento de promoção de Abrantes a médio prazo. Ou seja, Manuel Jorge Valamatos tem a expetativa de que muitos destes participantes possam regressar a Abrantes noutros patamares, com a família e com tempo para conhecer toda esta zona.

O presidente da Câmara deixou a nota de que, em relação à Estrada Nacional 2, está a ser desenvolvida a estratégia de ligar o quilómetro 400 a Abrantes. E andará por aqui, tanto mais que no percurso original a EN 2 passava por dentro de Abrantes. Ligava Alferrarede, através da rua 5 de Outubro ao centro histórico e depois descia para a ponte sobre o Rio Tejo em direção à margem sul.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Para o aproveitamento do Portugal de Lés-a-Lés e a sua ligação à Estrada Nacional 2, este ano, a autarquia de Abrantes apresentou um conjunto de produtos de merchandising. Desde moedas, porta-chaves, caderno, canetas, canecas, peúgas, ímanes, podiam ser encontrados no ponto de turismo do Município, instalado em pleno Largo 1.º de Maio. Quadro bancas, uma com merchandising da Nacional 2, outra com produtos regionais, ainda uma com a promoção turística do concelho e uma quarta, que não podia faltar, destinada a carimbar os passaportes da Nacional 2. Muitos dos participantes, assim que faziam o checkpoint de chegada tentavam localizar o local certo para receber, no seu passaporte, o carimbo de Abrantes. Aliás, todos os participantes receberam, após a chegada, uma bolsa plástica, amarela, da Nacional 2. Uma forma de poderem guardar os passaportes para futuros passeios pela estrada que rasga Portugal.
Às 16 horas, numa reportagem em direto, Luís Dias, vereador com o pelouro do Turismo da Câmara de Abrantes, destacava a organização da FMP, e a importância do evento para Abrantes.

Já na mesma reportagem o presidente da Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás, vincou que “Abrantes é uma flor no coração de Portugal” e o evento poderá trazer proveitos muito interessantes no futuro.

Reportagem da edição das 16h com vereador Luís Dias e com o presidente da Junta de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás

No dia 2 de junho realizou-se um passeio, em jeito de prólogo, por terras flavienses. A primeira etapa (3 junho) ligou Chaves a S. Pedro do Sul, numa distância de 245 quilómetros, a segunda etapa (4 junho) ligou S. Pedro do Sul a Abrantes, numa distância de 295 quilómetros, e a terceira, e última, etapa (este sábado, dia 5 de junho) vai ligar Abrantes a Faro, numa distância de 390 quilómetros. No total são cerca de mil quilómetros a percorrer nestes dias, permitindo aos participantes fazer a mítica Nacional 2, a maior estrada de Portugal que assinalou os seus 75 anos.
A edição deste ano do Portugal de Lés-a-Lés, que está percorrer a Estrada Nacional 2 de Chaves a Faro, tem cerca de 1800 motos e 2200 participantes, entre os quais cerca de três centenas de estrangeiros.

A caravana mototurística, organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal e que percorre a Estrada Nacional 2, já vai na sua 23.ª edição e tornou-se numa das maiores do mundo que passou também a pontuar para o World Touring Challenge da Federação Internacional de Motociclismo.

A 23.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés, com um percurso de mais de 1000 kms tem amanhã a última etapa com a ligação entre Abrantes e Faro. A partida será feita, a conta-gotas, no Largo 1.º de Maio, os participantes vão depois passar pelo Castelo de Abrantes, descer para a ponte e depois seguir por Rossio ao Sul do Tejo, Bemposta, Ponte de Sor em direção a Faro.