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Agricultura

Produtores de milho debatem alimentação, seca e PAC com olhos postos na Ucrânia

22/03/2022 às 21:00
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Os produtores de milho vão debater, entre quarta e quinta-feira, em Santarém, temas como a Política Agrícola Comum (PAC), seca, alimentação, preços e desenvolvimento económico, num contexto de incerteza face à guerra na Ucrânia.

O XIII Congresso Nacional do Milho vai realizar-se no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, onde são esperadas mais de 600 pessoas.

“Vamos ter dois dias de trabalho intensos. No primeiro dia, vamos discutir a questão dos recursos hídricos em Portugal, um tema bastante pertinente, face às alterações climáticas e à situação de seca. Vamos falar sobre os desafios da alimentação para os próximos anos, com o crescimento populacional e a alteração dos hábitos de consumo”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), Jorge Neves.

Por sua vez, no segundo dia do congresso, será abordada a evolução do mercado mundial de matérias-primas, numa altura em que decorre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o papel da agricultura no modelo de desenvolvimento económico em Portugal e a Política Agrícola Comum (PAC).

Os produtores de milho mostram-se ainda preocupados com a guerra na Ucrânia e com a consequente escalada no preço das matérias-primas, “que entram direta ou indiretamente nos ‘inputs’” desta cultura.

Perante esta situação, os produtores revelam “incerteza” quanto à possibilidade de instalar ou não as suas culturas.

Jorge Neves disse esperar uma resposta da Comissão Europeia e do Governo português, face ao aumento dos custos, que permita que os agricultores assumam um risco “menos agravado” ao instalar as suas culturas.

Este responsável, considerou também ser "inevitável" que os preços para o consumidor continuem a subir, neste contexto de incerteza.

“Todos nós temos que perceber que o mundo em que vivemos, em que tudo era um dado adquirido, mudou. A partir do momento em que vivemos na Europa com uma situação de guerra às nossas portas, não podemos pensar que tudo é adquirido e que continuamos a viver numa sociedade de bem-estar e em que conseguimos ter o melhor dos mundos – produtos de qualidade, com segurança alimentar total e preços baixos”, afirmou.

Conforme vincou o presidente da Anpromis, é necessário que a União Europeia revalorize “o papel dos agricultores, no sentido de tornar a Europa menos dependente de países e economias instáveis”.

Lusa