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Santarém

Ministro reconhece dificuldades significativas no Hospital de Santarém

16/05/2023 às 14:45
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O ministro da Saúde reconheceu ontem a existência de “dificuldades muito significativas, que causam constrangimentos no serviço de Urgência” do Hospital de Santarém, mas assegurou que “há muitas medidas” para atrair jovens profissionais para esta unidade de saúde.

Manuel Pizarro reuniu-se ontem, durante mais de duas horas, com a administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS), presidida por Ana Infante, e com os presidentes da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Pedro Ribeiro, e da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.

O governante visitou ainda as obras do serviço de Anatomia Patológica e do Gabinete Médico Legal e o Bloco de Partos do Hospital de Santarém, onde foi confrontado com a escassez de profissionais.

Salientando a excelência das instalações e do equipamento do Bloco de Parto do HDS, a diretora do serviço, Madalena Nogueira, lamentou os dias em que não tem profissionais para pôr na escala, num serviço em que sete dos 13 especialistas têm mais de 55 anos e dois são prestadores de serviços.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Pizarro reconheceu dificuldades “significativas” em algumas especialidades no HDS, em particular, anestesia, medicina interna e ortopedia, “que causam constrangimentos no serviço de Urgência”, salientando a contratação de dois jovens recém-especialistas em anestesia e um em ortopedia.

O ministro considerou “uma boa notícia” a informação de que o HDS conseguiu contratar seis novos especialistas, de várias áreas, “um número pequenino”, mas “significativo” num hospital com um quadro de cerca de 100 especialistas.

“Temos que fazer o trabalho para reorganizar os serviços e também para reorganizar as funções dos serviços”, disse, exemplificando com a procura muito elevada na Urgência “relacionada com o facto de esta zona ter muitos lares e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI)”.

Segundo o ministro, a solução poderá passar pelo apoio aos lares pela equipa de hospitalização domiciliária, “reduzindo com isso o afluxo à Urgência”.

“Quero dizer que, apesar dos constrangimentos ou das dificuldades que reconhecemos, este hospital presta um grande serviço às pessoas e o hospital e os profissionais estão a fazer um grande esforço”, declarou, apontando a “significativa redução da lista de espera, quer nas consultas quer nas cirurgias” e o ”plano para o continuar a fazer até ao fim do ano, que tem de ser enaltecido pela comunidade”.

Questionado sobre o desafio, deixado na reunião realizada em março pelo presidente da Câmara de Santarém, de trazer “soluções” para a reunião de hoje com a CIMLT, Manuel Pizarro disse não ter “nenhuma dúvida” de que nas próximas semanas haverá “uma melhoria”, com a primeira vaga de contratações, dependentes dos concursos que estão a decorrer, cuja celeridade saudou.

Salientando que os hospitais foram autorizados a fazer as contratações recorrendo a procedimentos muito simplificados e que foram lançados os concursos para a colocação dos médicos de família, o ministro afirmou que se seguirão outras medidas “para garantir que, nos próximos meses, a situação vai continuar a melhorar”.

Manuel Pizarro lembrou que estão em curso as negociações com os sindicatos, por causa da questão salarial, e que, no caso dos cuidados primários, vai ser generalizado o modelo de Unidades de Saúde Familiar (USF) de tipo B, que garantem “mais qualidade no atendimento aos utentes e mais salário aos profissionais”.

Lusa

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