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Autárquicas/ Abrantes: CDU parte com "confiança" para “batalha eleitoral” e reclama reforma da floresta

20/08/2021 às 11:54
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O secretário-geral comunista disse esta quinta-feira, 19 de agosto, em Tramagal (Abrantes), que a Coligação Democrática Unitária (CDU) concorre às eleições autárquicas com 40 mil candidatos, “razões para partir com confiança para esta batalha eleitoral”, tendo alertado para a necessária reforma da floresta.

“Gostaria (…) de salientar o significado e o êxito político que constitui a apresentação de candidaturas da CDU [Partido Comunista Português e Partido Ecologista os Verdes] a todos os municípios do Continente e da Região Autónoma da Madeira e a 16 dos 19 municípios da Região Autónoma dos Açores, e a cerca de 1.639 freguesias, envolvendo cerca de 40 mil candidatos”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Para o líder comunista, estes números “confirmam a Coligação como grande força nacional com incontestável presença na vida local” e com “importante intervenção nos problemas das populações”.

Na sessão pública que decorreu perante cerca de uma centena de pessoas em Tramagal, no concelho de Abrantes, distrito de Santarém, Jerónimo de Sousa usou da palavra após a apresentação do candidato à Câmara de Abrantes, tendo começado por dirigir uma palavra e uma “saudação particular aos trabalhadores e ao povo de Tramagal, portadores de grandes tradições de luta, extensiva à população de Abrantes, também ela com forte envolvimento na luta pela liberdade e democracia”.

Na ocasião, Jerónimo de Sousa deu conta da “confiança para os resultados eleitorais” e criticou a falta de efetivas políticas nacionais para um ordenamento eficaz do território e da floresta.

“Estamos numa região que revela toda a importância que a floresta tem no nosso país, milhares e milhares de hectares ocupados, mas, ao contrário do que há anos vêm dizendo que se deve fazer, em vez de floresta autóctone, adaptada às condições e resistente às intempéries, um mar de eucaliptos a perder de vista”, afirmou.

Segundo vincou o secretário-geral do PCP, “não se assegurou o ordenamento necessário, com a criação de mosaicos que assegurem a função de corta-fogo, não se interveio na questão central do preço da madeira”, e “não há uma verdadeira política de apoio aos baldios”, questões que o dirigente afirmou estarem diretamente relacionadas com os grandes incêndios, “como o que por estes dias assolou a zona algarvia de Castro Marim, e agora na zona de Odemira e Monchique”.

Tendo feito notar que “há défices estruturais muitos grandes no nosso país”, Jerónimo de Sousa deixou um repto ao atual Governo: “olhem mais para o défice de investimento na floresta do que para o défice orçamental e poderão contar com o PCP nessa batalha”, tendo concluído com uma mensagem de “confiança” para o ato eleitoral.

“O significativo êxito com que concluímos esta etapa de apresentação das candidaturas é, em si, sinal de um ambiente de confiança e de comprometido empenhamento de milhares de homens e mulheres com a CDU e o seu projeto”, notou, tendo criticado as “falsas candidaturas de independentes onde se albergam os mais contraditórios interesses”.

Chaleira Damas, candidato da CDU à Câmara de Abrantes, Jerónimo de Sousa e Dário Lima, candidato à Assembleia de Freguesia de Tramagal

João Chaleira Damas, o candidato da CDU à Câmara de Abrantes, disse querer “recuperar a presença política na Câmara Municipal e contribuir para que o executivo camarário concretize políticas que sirvam os interesses das populações”, criticando a gestão da atual maioria PS.

“Desde 1976 que a Câmara de Abrantes foi governada pelo executivo do Partido Socialista em onze mandatos, dez dos quais em maioria absoluta, a qual se mantém há 28 anos”, afirmou.

Referindo que a política prosseguida pelo executivo PS ajuda a entender a atual realidade do concelho”, o candidato apontou para uma perda populacional de 12,6% nos últimos 10 anos e para investimentos de “muitos milhões de euros de dinheiro público gasto sem proveito num concelho de 714 quilómetros quadrados e 19 freguesia”, e que “assiste à concentração do investimento na cidade ficando para as aldeias pouco mais do que o básico”.

Chaleira Damas concluiu que “cabe agora perguntar aos eleitores, não militantes do Partido Socialista, se vale a pena apoiar e votar um novo executivo do PS sabendo que, será mais do mesmo, com tendência para agravar? A CDU responde que é preciso mudar”, defendeu.

Lusa