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Carlos do Carmo

Carlos do Carmo: Governo aprova decreto para luto nacional no dia 04

2/01/2021 às 06:40
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Carlos do Carmo (DR)

O Conselho de Ministros aprovou ontem, por via eletrónica, a declaração de um dia de luto nacional a 04 de janeiro pela morte de Carlos do Carmo, uma “justa homenagem” a “um nome incontornável".

“O Conselho de Ministros aprovou hoje, por via eletrónica, o decreto que declara o dia 4 de janeiro de 2021 como dia de luto nacional como forma de prestar justa homenagem a Carlos do Carmo, uma das maiores vozes de Portugal e um nome incontornável na cultura nacional e internacional”, refere o comunicado do Conselho de Ministros ontem divulgado.

O Governo recorda no documento o papel de Carlos do Carmo na classificação do fado como Património Imaterial da Humanidade, em 2011, pela UNESCO, referindo os 50 anos de carreira como um percurso que “marcou a música e cultura portuguesas, em geral, e o Fado, em especial”.

“Um dos seus maiores contributos para a cultura portuguesa foi a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para o futuro, libertando-o do estigma de símbolo da ditadura e trazendo-o para o Portugal democrático. Tal militância mobilizou novos compositores e poetas, encorajou novos intérpretes e captou novos públicos”, lê-se no documento.

O Governo recorda as “inúmeras distinções e condecorações”, entre as quais o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique (1997), o grau de Grande Oficial da Ordem do Mérito (2016) e a Medalha de Mérito Cultural (2019).

“Notável fadista, consagrado pelo público e pela crítica, contribuiu de forma inegável para o património cultural universal, razão pela qual lhe foi atribuído o Grammy latino "Lifetime Achievement Award" (2014), uma das mais importantes distinções da indústria musical internacional”, conclui o comunicado.

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, era filho da fadista Lucília do Carmo e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

O cantor despediu-se dos palcos em 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

A publicação do seu derradeiro álbum, "E Ainda?", prevista para o passado mês de novembro, foi anunciada hoje, para este ano, pela discográfica Universal Music.

Lusa