Rotary Rotary Club de Abrantes entrega 66 bolsas de estudo
Em tempos de pandemia, não há reuniões mas encontra-se forma de dar seguimento a atividades, nem que seja online. Foi o que aconteceu no sábado, 20 de março, com a habitual cerimónia de entrega das bolsas de estudo por parte do Rotary Club de Abrantes (RCA).
Na cerimónia, Carolina Baptista, aluna finalista de Sociologia, agradeceu aos patrocinadores “a oportunidade, que é também confiança”, depositada nela e nos restantes jovens estudantes que beneficiam deste apoio. A jovem reconheceu que esta iniciativa do RCA se trata de uma “ajuda fundamental para a educação”, que introduz mais justiça, mas também mais competitividade, entre os jovens.
O presidente do Conselho de Administração da Fundação Rotária Portuguesa e Governador do Distrito Rotário 1960, Roberto Carvalho, sublinhou a importância que a atribuição destas bolsas tem para o movimento rotário. O RCA é um dos clubes que mais apoios deste tipo atribui, abrangendo 66 jovens do ensino secundário e superior, oriundos de Abrantes , Sardoal e Mação. Os estudantes candidatam-se e são selecionados por critérios que incluem o mérito académico e as necessidades económicas dos agregados familiares.
Para além de 13 empresas e pessoas em nome individual, a Câmara de Abrantes patrocina 42 das bolsas atribuídas. O presidente da Autarquia aproveitou para anunciar que não só pretende manter esta parceria, como também é sua intenção reforçar o número de bolsas, tendo em conta que as famílias vivem agora momentos ainda mais difíceis. Manuel Jorge Valamatos evidenciou o papel que o RCA tem, enquanto “estrutura de grande sensibilidade”, com “homens e mulheres disponíveis para ajudar na área social”, justificando, assim, a parceria com o clube.
Paulo Estrada, filho de um dos fundadores do RCA, é um dos patrocinadores destas bolsas de estudo. Sendo um empresário que pratica a verdadeira responsabilidade social com os seus colaboradores, entende que “não podemos ficar fechados na nossa bolha”. Por isso, atribui uma bolsa em nome da sua empresa, a Sofalca, e outra em seu nome individual. Dirigindo-se aos bolseiros que participavam na sessão via zoom, o empresário manifestou “alegria e satisfação, felicidade mesmo”, por poder ver o rosto dos jovens que recebem estas bolsas de estudo. Pediu-lhes que “sejam empenhados” e que a humildade que tiveram quando pediram esta ajuda os acompanhe na vida.
Os cerca de 70 participantes na cerimónia, que se realizou online, no sábado, dia 20 de março, tiveram ainda a oportunidade a assistir a uma palestra sobre “Fakenews em tempo de Covid”, apresentada por Dulce Neto, diretora-executiva do jornal Observador. Mais do que apresentar conceitos, a jornalista – que foi também ela bolseira da Fundação Rotária e, ainda, rotária – fez uma apresentação com sentido pedagógico, apresentando estratégias para identificar notícias falsas e recheando a palestra com exemplos concretos.
Dulce Neto
Sublinhando que “as pessoas têm direito a dar as suas opiniões e a apresentar as suas perspetivas”, Dulce Neto alertou para a importância de não se partilhar conteúdos sem os verificar. Como? Confirmando as fontes e colocando os títulos das supostas notícias nos motores de busca para verificar quem está a produzir e a reproduzir esses conteúdos. Muito frequentemente são “estórias fabricadas para se obter um certo objetivo”. E acrescentou que, se a informação é estranha, os cuidados devem ser redobrados, sobretudo quando, em tempos como os que vivemos, apresentam remédios e dietas supostamente milagrosos.
Um dos principais problemas apontados por Dulce Neto é o excesso de informação, fazendo com que as pessoas não saibam como selecionar e no que acreditar.
Reconhecendo que, por vezes, os jornalistas também cometem erros, a jornalista distinguiu-os de informações falsas. Nalguns casos estas “fake news” são deliberadas, noutros casos resultam de falta de informação. Frequentemente surgem porque “tomamos atitudes de acordo com aquilo em que acreditamos”. Para concretizar, contou o caso de uma influenciadora brasileira que começou por ser negacionista. Quando foi infetada pelo vírus mudou completamente o seu discurso, chamando a atenção para a necessidade de as pessoas se protegerem dele, mas acabou por não resistir.
A cerimónia de atribuição de bolsas de estudo do RCA foi também marcada por uma apresentação do movimento rotário. Manuel Paulo Silva, membro do RCA, enquadrou o movimento a nível internacional, referindo diferentes ações, como o combate à poliomielite e a promoção da paz. Por seu turno, o atual presidente do RCA, Joaquim Melo dos Santos, recordou as atividades deste clube no apoio à comunidade onde se insere. Para além das bolsas de estudo, o RCA organiza cursos de liderança para jovens, cursos de suporte básico de vida entre outras iniciativas.