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Médio Tejo

PEDIME é «exemplar naquilo que é a definição de uma política pública para a educação no Médio Tejo»

9/10/2023 às 15:38
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Arquivo Antena Livre

Começou o ano letivo e com ele voltou o PEDIME a todos os agrupamentos de escolas da região. O PEDIME é um Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal da Educação no Médio Tejo, sendo este um instrumento de planeamento estratégico de educação a três níveis, nomeadamente, agrupamento de escolas, municípios e a CIM Médio Tejo. Esta iniciativa tem como principal objetivo a conquista do sucesso escolar e uma educação de excelência na nossa região.

Neste sentido, Jorge Simões, secretário executivo da CIM Médio Tejo com responsabilidade na área da educação falou à Antena Livre sobre este projeto. Começou por referir que o PEDIME se encontra numa “fase de negociação e de articulação para os financiamentos no âmbito político.” Ou seja, isto para tentarem “construir uma estratégia” que para este novo ano letivo mantém as principais e mais emblemáticas medidas implementadas nos últimos anos. E vão continuar porque são “bastante relevantes”, desde a pedagogia, a ciência, o estudo e a saúde.

Relativamente às medidas na área da saúde, Jorge Simões, explicou, que esta foi uma das medidas mais emblemáticas, já que, a região foi pioneira no país na aplicação da mesma. Esta medida tem como base a realização de rastreios à acuidade visual e auditiva. Estes rastreios têm sido feitos desde há seis anos somando assim, neste âmbito, uma série de mais de 5.000 rastreios a alunos: “Esta medida foi a mais emblemática porque de facto foi pioneira no país. Para isto, juntamos um grupo de alunos do último ano do pré-escolar, e realiza-se o rastreio, o qual, visa a acuidade visual e um rastreio à atividade auditiva, dos quais, já fizemos nos últimos seis anos, cerca de 5.000. E aquilo que percebemos é que no rastreio da acuidade visual, os valores de alunos sinalizados que precisam de algum tipo de apoio nesta área é superior àquilo que estava estimado. E o mesmo acontece com os rastreios auditivos. Estes números, causaram surpresa. O secretário executivo Jorge Simões explicou: "Ficamos surpresos porque é recorrente. Estima-se que 10% das crianças com cinco anos tem problemas de acuidade visual e nos últimos anos se tem demonstrado que, aqui no meio do Tejo, 12,4% das crianças são sinalizadas. E o mesmo acontece nas questões auditivas em que também é estimado que 25%, das crianças tenham algum tipo de questão com a audição e no Médio Tejo são mais de 31%. São números que estão sempre acima da média. Depois, temos as medidas mitigadoras. Os alunos são rastreados e identificados com problemas na acuidade visual recebem um voucher para apoio à aquisição de óculos.

Já no caso dos que são sinalizados na parte auditiva são encaminhados para ao seu médico de família. Desta forma, Jorge Simões, destacou que esta é uma medida de impacto, sendo que “está comprovado que as capacidades de visão e audição são determinantes na questão do sucesso escolar e depois no percurso do aluno na sua escolaridade”.

No mesmo sentido, outra das medidas emblemáticas é a da ciência. Este projeto proporciona às escolas e aos alunos “condições absolutamente fáceis de organização” para a realização de atividades relevantes a esta área: “Nós, desde o PEDIME, temos um programa de visitas no Médio Tejo para os elementos patrimoniais mais significativos da região e, temos tido sucesso. Este projeto de guiões em que as escolas têm as visitas de estudo completamente facilitadas ao nível do não pagamento de entradas, de transportes, completamente organizada pelos municípios e pela comunidade Intermunicipal, temos de facto essa aposta forte na ciência. Por um lado através do Instituto Politécnico de Tomar e da parceria que temos com eles. E depois das atividades de ciência nas próprias escolas no primeiro ciclo. Por outro lado, acho que estamos a aproveitar bem que o território com três centros de ciência viva: Alviela, Barquinha e Constância. E são parceiros desde a primeira hora do PEDIME, que também tem uma ação específica para favorecer os nossos alunos da região”.

No que se refere ao planeamento, o qual envolve o trabalho das escolas, municípios e da comunidade Intermunicipal, Jorge Simões, afirmou que esta articulação “tem corrido bem”, já que, e segundo o secretário, o PEDIME foi “uma coisa muito bem acolhida”. Foi criada por baixo, com a vontade coletiva de promover o sucesso escolar na região: “Eu acho que é de aqueles exemplos em que nós não atribuímos resultados ao sucesso escolar apenas ao PEDIME. Agora o que nós temos consciência é que os dados do sucesso escolar, e quer de abandono ou de retenção, são muito significativos. Obviamente que há aqui todo um contributo de escolas, pais, municípios, sessões de pais, os próprios alunos na ocasião destes resultados, agora, desde o primeiro instante que o PEDIME foi um projeto muito bem acolhido, ou seja, criou-se aqui uma vontade coletiva de promover sucesso escolar na região que facilitou uma perfeita articulação”.

No fim, Jorge Simões, considerou como exemplar a articulação criada entre o PEDIME e as escolas, municípios e comunidade intermunicipal: “Eu acho que esta articulação, foi muito importante. Considero que [o PEDIME] é exemplar naquilo que é a definição de uma política pública para a educação no Médio Tejo”.

Jade Garcia