Energia Hyperion investe 19 ME em central fotovoltaica em Arreciadas (c/áudio)
A Hyperion Renewables anunciou o investimento de 19 milhões de euros na instalação de uma central fotovoltaica no concelho de Abrantes. Trata-se de equipamento que terá uma capacidade instalada de 18 Megawatts (MW) e produzirá mais de 50 GWh/ano.
A Hyperion é uma empresa portuguesa ligada ao desenvolvimento de projetos de energias renováveis com implementação de projetos em Portugal e Espanha e com entrada no mercado da Roménia. Esta central a instalar em Arreciadas, freguesia de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, num terreno de 53 hectares, vai ser composta por 35 mil painéis solares e “vai produzir o equivalente ao consumo médio anual de 15.000 habitações.”
Vasco Machado, responsável pelo desenvolvimento e licenciamento da Hyperion Renewables, explicou à Antena Livre que esta produção de 50 GWh/ano de energia vai remover 7 mil toneladas de Co2 produzidos por outras fontes com emissões gasosas.
As obras iniciaram-se em fevereiro, com a preparação do terreno, com a limpeza e compactação dos terrenos, assim como a sua vedação do terreno. A previsão aponta para a conclusão dos trabalhos de instalação dos painéis este ano, devendo em 2025 ser feita a ligação à rede e entrada em funcionamento da central. De acordo com Vasco Machado a Hyperion vai construir uma ligação entre a unidade de produção e a subestação da E-Redes de Olho-de-Boi, devendo a mesma, depois de construída, ser entregue à gestora das redes elétricas de Portugal.
Segundo os promotores, “o município de Abrantes terá direito a compensações a serem pagas pelo Estado Português, através do Fundo Ambiental, num valor total de mais de 270 mil euros, valor calculado em função da produção da energia” a partir da central, que terá o seu ponto de injeção à rede na subestação de Olho de Boi, em Alferrarede.
Há uma questão recorrente quando de fala na instalação de qualquer atividade num território que tem a ver com a criação de postos de trabalho. Estas estruturas não implicam mão de obra na produção, com exceção da construção ou da manutenção. “Não sendo uma central muito grande, tirando as equipas que fazem a manutenção, não é preciso criar muitos postos de trabalho”, diz Vasco Machado que acrescenta uma eventual valorização indireta do território. “Havendo uma fonte de energia limpa pode criar condições para a fixação de indústrias, tendo energia mais barata e competitiva.”
Há, no entanto, algumas compensações, como explica este responsável da empresa. Há uma compensação legal do Estado de cerca de 270 mil euros, através do Fundo Ambiental, e outras que a Hyperion “pretende promover iniciativas de envolvimento das comunidades locais.”
Vasco Machado revelou que em articulação com o município, haverá algumas iniciativas que podem ser implementadas e que terão impacto positivo junto das comunidades. “Nos nossos projetos, dependendo da sua dimensão, podemos explorar algumas sinergias. Apresentamos um conjunto de medidas à Câmara de Abrantes que temos agora que chegar a um entendimento. O que é que podem ser as medidas? Por exemplo, reabilitação de caminhos à volta da central, iniciativas com estabelecimentos de ensino, com visitas de estudo, para ter impacto positivo. Pode haver uma outra contrapartida de o promotor (a Hyperion) poder instalar uma unidade solar mais pequena, mas para consumo de escolas ou de estruturas municipais.” Foram feitas propostas, falta acertar as pontas entre as propostas da empresa e as necessidades do Município.
Vasco Machado, Hyperion
A Hyperion Renewables, foi fundada em 2006, e tem o maior foco em Portugal, apesar de estar a caminhar em Espanha e com alguns projetos na Roménia. Este projeto de Abrantes (Arreciadas) faz parte de uma carteira de projetos de 250 MW dispersos por 17 projetos que estão em construção ou a iniciar a construção. Para a frente há outros projetos com enquadramento legal diferente, entre promotor e o operador de rede. Temos aí um pacote de 300 MW em desenvolvimento, maioritariamente no Alentejo.
Ainda de acordo com a legislação do setor, que prevê a possibilidade de injeção de energia produzida por parques eólicos nos pontos de injeção de solar, “estamos a dar os primeiros passos nessa área”, explicou o responsável pelo desenvolvimento de licenciamento da Hyperion.