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26 nov 2024
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Abrantes CCDR Centro submete candidatura de Escola Superior de Tecnologia ao Fundo de Transição Justa

13/06/2024 às 08:48
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A autoridade gestora do Programa Regional do Centro (Centro2030) anunciou esta quarta-feira que vai submeter à Comissão Europeia (CE) a candidatura à criação da futura Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no âmbito do Fundo de Transição Justa (FTJ).

“O processo de reprogramação operacional vai incluir uma alteração ao FTJ, que tem a ver com o caminho que já fizemos, ao nível de apoiar projetos empresariais, e da identificação de novas oportunidades que nos parecem relevantes para este território, como seja apoiar a concretização da Zona Livre Tecnológica (ZLT) e, noutra dimensão, e que o território (do Médio Tejo) considera muito relevante, que é apoiar a criação da nova ESTA”, disse aos jornalistas, em Abrantes, Jorge Brandão, do conselho diretivo do Centro 2030.

O objetivo destes investimentos é “mitigar os efeitos sociais e económicos decorrentes do fecho da produção de energia a carvão” na Central do Pego, em Abrantes (Santarém), em 2021, com o Programa Centro 2030 a dispor de 65 ME do FTJ para “reforçar o tecido produtivo do Médio Tejo e promover a diversificação económica” do território, “fragilizado pelo encerramento da Central e pela consequente perda de empregos e de atividade”, lembrou.

O anúncio sobre a futura ESTA vai ao encontro das pretensões do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e da Câmara de Abrantes que apresentaram uma candidatura conjunta para, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) esta submeter à CE e ao FTJ o projeto de requalificação da ESTA, num investimento previsto de 8 milhões de euros.

A proposta visa agregar todas as valências da ESTA, que atualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade, no TagusValley – Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, num projeto que quer “reabilitar e juntar espaços que estão disponíveis para formação profissional”, indicou o presidente do Instituto Politécnico de Tomar, João Coroado.

O IPT e a autarquia visam assim dotar “a sub-região do Médio Tejo de instalações adequadas e cursos superiores que possibilitem formação especializada através de capacitação destes ex-ativos [da central do Pego] para novas atividades e ajudem a captar, fixar pessoas e a criar emprego”, indicou o presidente do IPT.

O presidente da Câmara de Abrantes, por sua vez, disse que “o encerramento da Central Termoelétrica a carvão deixou um rasto de perda significativa na economia” local e regional, que estimou em “muitos milhões de euros”, tendo defendido que “uma das formas de mitigar os prejuízos para toda a região será, seguramente, através do ensino superior, da capacitação de pessoas, do conhecimento, da ciência e da tecnologia”.

Nesse sentido, Manuel Jorge Valamatos, que também preside à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, disse que é “uma excelente oportunidade aproveitar o FTJ, um fundo europeu que pretende mitigar o impacto do encerramento da central”, para submeter a candidatura da nova ESTA.

“O Fundo de Transição Justa esteve muito focado, numa fase inicial, para as empresas (…), mas nós também entendemos que o impacto maior do encerramento da central foi precisamente aqui no nosso concelho, em Abrantes, e olhamos para isto como uma excelente oportunidade do FTJ deixar em Abrantes essa marca de um fundo que se destinou a minimizar os impactos do encerramento da central, em termos da economia, e seguramente marcaria muito a diferença e daria muita justiça a todo este processo”, defendeu.

Jorge Brandão, da Autoridade de Gestão da Centro 2030, lembrou que o encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego implicou a perda de 420 postos de trabalho, diretos e indiretos, com efeitos negativos na cadeia de valor e um impacto significativo nas atividades económicas locais, e que a dotação de 65 ME do FTJ decorre deste facto, estando o processo a evoluir "como planeado”.

“O primeiro aviso tem já cativos 25 ME para apoios ao investimento a sete empresas do Médio Tejo, no âmbito do FTJ, projetos aprovados e já em execução e que vão criar 209 postos de trabalho, e um segundo aviso está em fase final de avaliação de nove candidaturas, correspondendo a apoios de cerca de 26 ME, sendo destinados a grandes empresas”, declarou.

Nesse sentido, contabilizou, “com um total de cerca de 50 ME para apoios a projetos empresariais”, há ainda “uma fatia do FTJ” que “é possível utilizar noutras dimensões e que integram as nossas propostas à Comissão Europeia, como a ZLT, a ESTA, a mobilidade sustentável e projetos de microempreendedorismo”, concluiu.

Lusa