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Sardoal

Voluntariado jovem na floresta tem 284 programas e ocupa 4 mil jovens (c/áudio e fotos)

28/07/2023 às 17:07
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O Programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas teve um incremento depois do período de contenção motivado pela pandemia. Trata-se de um programa promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e as Comissões distritais e municipais de proteção civil.

O programa foi apresentado em Vila de Rei, a 26 de janeiro, com um reforço de 1,5 milhões de euros. Na altura a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tutela a juventude, referiu que o Programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas já envolveu, desde 2017, 800 entidades e 10 mil jovens.

Agora, em pleno desenvolvimento do programa a mesma governante, acompanhada pelos secretários de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, e da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, acompanhou as ações que estão a ser desenvolvidas no concelho de Sardoal.

São 46 jovens integrados em três projetos, mas podem ser mais porque as inscrições ainda não fecharam para jovens, com idades compreendidas entre os 14 e os 30 anos.

No Centro Cultural Gil Vicente, o presidente da Câmara Municipal, Miguel Borges, saudou os governantes e a comitiva do IPDJ que se deslocou à vila jardim.

O autarca que revelou que o seu Município aceitou todas as competências, do plano de transferência de competências para o poder local, incluindo portos marítimos e praias e brincou a dizer “que ainda não sei como vamos fazer.”

No que diz respeito ao voluntariado referiu que foi dos primeiros do país e disse esperar que esta ocupação seja também um ato de cidadania, para além de proporcionar aos jovens mais uns euros. “A primeira viola que comprei foi com dinheiro que ganhei nas férias”, revelou.

Mas o fundamental, de acordo com o autarca, é mesmo esta ocupação dos jovens e para ter boas práticas.

Miguel Borges lançou um desafio: “Na floresta, juventude e proteção civil podemos ir mais além, como se fez na reciclagem. Era muito importante começar a fazer a sensibilização nas escolas, num investimento mais à longo prazo.”

Miguel Borges, presidente CM Sardoal

A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, mostrou o gosto estar num programa de enorme importância e que “se calhar nunca fez tanto sentido”, pois implica a proteção de um património que não tem preço. 

Patrícia Gaspar enfatizou que “estamos a viver uma crise climática, e isso obriga-nos a todos a perceber que temos de nos envolver em mudar de comportamentos. Os fenómenos não os vamos conseguir mudar tão cedo. Vamos ter cada vez mais problemas. As catástrofes acontecem e também nos vão chegar.”

E fez questão de referir o que se está a passar na Europa [referência aos incêndios da Grécia e de Itália, que na zona norte teve cheias e mau tempo], mas que “não nos afeta porque temos o anticiclone dos Açores que nos está a proteger.” A responsável pela Proteção Civil vincou que “temos de proteger o ativo que tem a ver connosco, com a água, com o ar, com a saúde e se calhar não notamos isso.”

Depois dirigiu-se ao programa do voluntariado jovem indicando que “o exemplo deve e pode ser replicado” quando cada vez mais se aponta aos jovens uma dependência da tecnologia, do digital.

“Precisamos de todos porque o estado não consegue chegar a todo o lado. Precisamos de autarquias, associações e população.”

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil

Já a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, antes de se referir ao programa do IPDJ fez questão de fazer uma referência ao seu passado. A agora governante viveu em Abrantes até aos 14 anos e nessa altura conviveu com Miguel Borges. Muito tempo antes de pensarem em política ou que um dia se iriam reencontrar oficialmente, uma como ministra e outro como presidente de Câmara.

Passados à parte, esta visita teve o condão de ser realizada no Dia da Conservação da Natureza.

Ana Catarina Mandes indicou que cada vez mais estes programas de voluntariado não são apenas um momento para os jovens receberem dinheiro nas férias. “É um compromisso que temos na preservação da floresta” E depois destacou que é também muito pelo que o secretário de Estado João Paulo Correia tem dito aos jovens sobre as alterações climáticas. Mas, indicou, há mais potencial na floresta, quer seja na saúde, na economia ou no desenvolvimento das comunidades.

“A floresta é mesmo o pulmão da nossa vida”, disse a ministra que tem a responsabilidade da política de juventude, aludindo depois à importância dos jovens, numa altura em que o país acolhe o maior evento de sempre. E é o maior evento com a juventude e numa altura em que o Papa Francisco destaca, cada vez mais, a preservação do ambiente.

A governante lembrou ainda o recente discurso de António Guterres, sobre as alterações climáticas. “Temos de perceber o apelo que o secretário-geral da ONU nos fez para estarmos vigilantes em relação às alterações climáticas. Cada um de nós, em conjunto, saibamos que as alterações climáticas exigem políticas públicas, exigem olhar para os mais necessitados e que o equilíbrio entre a natureza e o ser humano se mantenha.”

Dirigindo-se aos jovens deixou a vontade de ter um pensamento de esperança e cidadania. “Tenho visto jovens que estão com vontade de agarrar a vida.”

Ana Catarina Mendes, ministra Assuntos Parlamentares

O Programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas, em Sardoal, começou em 2018 com 26 jovens. Em 2022 teve 66 participantes e este ano já está em 46, mas ainda com inscrições abertas.

Há, de acordo com Nuno Morgado, três vertentes neste programa em Sardoal.

Agir e executar com a manutenção e conservação dos espaços verdes. Por exemplo, na Lapa, na Rosa Mana, nos circuitos pedonais e pedestres com desbaste e limpeza desses espaços. Uma forte ação para limpar espécies invasoras, como as acácias.

Sensibilizar e agir com incidência nos jovens que, de Bicicleta, percorrem espaços florestais. Há. Assim, a garantia de ocupação do espaço florestal em vigilância, com segurança. E depois, nas zonas urbanas, falam com as pessoas e fazem a sensibilização para a floresta e projetos como as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem ou dos Condomínios de Aldeia.

E depois a ação prevenir e vigiar que é uma ação que coloca os jovens voluntários na torre de vigia do Mógão Cimeiro ou nos Moinhos de Entrevinhas.

Nuno Morgado, Comandante Bombeiros Municipais de Sardoal

 

O Programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas conta este ano com o envolvimento de 4 mil jovens em 284 projetos espalhados por todo o país.

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