São 20 artistas, todas mulheres, de diversas nacionalidades, que representam 4 continentes, que mostram a sua arte em Abrantes até 24 de setembro. Trata-se da exposição “Espaço para o Corpo” e que mostra nos claustros e nas duas salas de exposições temporárias do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) de Abrantes 24 obras, destas 20 artistas.
De acordo com a curadora desta exposição, “a Coleção de Serralves centra-se na arte contemporânea produzida desde os anos 1960 até à atualidade, distinguindo-se pela perspetiva internacional que proporciona sobre a arte portuguesa produzida desde esse período histórico de mudanças políticas, sociais e culturais a nível planetário. Cumprindo o seu programa de pesquisa e desenvolvimento permanentes, a Coleção de Serralves mantém uma aturada atenção à criação do século XXI, em particular à relação das artes visuais com a performance, a arquitetura e a contemporaneidade no âmbito de um presente pós-colonial e globalizado.”
Esta mostra, que veio do Porto até Abrantes, integra-se no programa de exposições e apresentação de obras da Coleção de Serralves, especificamente selecionadas para os locais de exposição com o objetivo de tornar o acervo acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.
Joana Valsassina revela que “Espaço para o Corpo” é uma exposição que apresenta um conjunto de obras de artistas portuguesas e internacionais que “problematizam o corpo enquanto agente criativo e percetivo, explorando a sua relação com o espaço e com o tempo, com o movimento e com a ausência, com a arquitetura e com a intimidade.”
A exposição aponta ao “trabalho de mulheres artistas que contribuem para aprofundar uma reflexão em torno do espaço e do corpo e para contestar os seus limites, explorando, por um lado, os contornos formais, fenomenológicos e conceptuais desta temática, por outro as suas implicações pessoais, sociais e políticas.”
Na abertura a curadora foi percorrendo toda a exposição e explicando ou contextualizando os vários trabalhos.
Ainda nos claustros do Convento de S. Domingos estão duas peças e deverá ser por aí o início da exploração ao trabalho das 20 artistas. Mas pode, também, apontar ao final. É que uma das peças, de Luísa Cunha, de 2006/2007, é um banco de jardim que tem uns auscultadores e permite que duas pessoas se sentem e possam “navegar no trabalho “Words for Gardens”. Trata-se de uma obra em áudio, um trabalho imaterial e que contou com as explicações da própria artista.
E na inauguração tanto o presidente da Câmara de abrantes, Manuel Jorge Valamatos, como a presidente da Comissão Executiva da Fundação de Serralves, Ana Pinho, puderam “ouvir” esta obra.
À Antena Livre Joana Valsassina explicou que esta coleção tem obras da Fundação de Serralves, mas tal como é aqui apresentada é a primeira vez que ganhou este protagonismo. A entrada para esta exposição pode começar nos claustros, mas a curadora deixou a nota que não há um princípio definido, os visitantes podem circular como entenderem.
O espaço abarca vários espaços, são 24 obras que relacionam o corpo e as implicações pessoais, sociais e políticas. E são obras de 1967 até 2021 e são obras que cobrem “o arco temporal da coleção Serralves”.
Joana Valsassina, curadora
“Espaço para o Corpo” conta com trabalhos de Adelina Lopes, Alicia Framis, Ana Jotta, Ângela Ferreira, Anna Bella Geiger, Armanda Duarte, Charlotte Posenenske, Cristina Mateus, Guerrilla Girls, Helena Almeida, Hilda de Paulo, Julie Mehretu, Leonor Antunes, Lourdes Castro, Luisa Cunha, Maria José Aguiar, Marlene Dumas, Nalini Malani, Patrícia Garrido e Sanja Iveković. A curadoria é de Joana Valsassina.
O MIAA faz parte da Rede de Museus de Abrantes, juntamente com o Panteão dos Almeida, a Quartel - Galeria de Arte Municipal, o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, e em breve vai crescer com a abertura do Museu de Arte Contemporânea Charter’s de Almeida.
O MIAA, para além das exposições permanentes de arqueologia e arte com as coleções do Município e da Fundação Estrada conta ainda com o espólio de Maria Lucília Moita e com uma exposição da coleção Figueiredo Ribeiro, a que se junta agora esta conjunto de peças da Fundação Serralves.