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Abrantes

Seminário debateu Transição Digital nas autarquias

22/09/2023 às 12:03
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Decorreu esta quinta-feira, 21 de setembro, no Luna Hotel Turismo, em Abrantes, o seminário “Autarquias—Transição Digital”, que teve como objetivo “aceitar o diálogo e promover a cooperação entre os profissionais das áreas representadas para um desenvolvimento mais inteligente do território”. Foram apresentados casos práticos de projetos de transformação digital nos serviços públicos, a utilização de plataformas digitais para a simplificação e interação com a comunidade, a aplicação da inteligência artificial em sistemas de gestão de informação, repositórios digitais, partilha de serviços e infraestruturas tecnológicas entre autarquias e a cooperação com instituições de ensino no âmbito da inovação.

Durante este seminário deram-se a conhecer as soluções existentes e as tendências atuais neste setor, juntando, assim, responsáveis políticos, autarcas, profissionais da administração pública, professores do ensino profissional e superior, da área das tecnologias, das ciências, da informação e da inteligência artificial e empresários, enquanto agentes da inovação.

O seminário iniciou com uma sessão de abertura que contou com uma intervenção do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, que começou por falar na “grande satisfação de reunir participantes de diversas áreas”, reunião que “garante um ambiente propício para um debate enriquecedor”. Assim, o presidente destacou que, relativamente à causa desta transição, é o facto das pessoas serem “sempre a prioridade”.

Por outro lado, salientou que para Abrantes a transição digital é “um processo fundamental para o desenvolvimento do território e da comunidade”: “Tem sido por isso que, com grande convicção ao longo de muitos anos, temos investido significativamente no desenvolvimento digital do município. Através do programa Abrantes Digital, trabalhado em exclusivo pelos técnicos do município, temos sido capazes de dar as melhores respostas às necessidades quotidianas dos abrantinos nas nossas coletividades, das nossas empresas e até de quem nos visita”. Do mesmo modo, o presidente, sublinhou que este é um meio para “reduzir assimetrias” e para facilitar o funcionamento e cooperação entre autarquias e juntas de freguesias: “O meio para democratizarmos o nosso território, para reduzirmos as assimetrias, não deixarmos ficar ninguém para trás, para simplificar o seu funcionamento e a cooperação entre a autarquia, as juntas de freguesia, os nossos serviços e para defender a nossa história e o nosso património. Com toda a convicção continuaremos a democratizar o nosso território e reforçar a proximidade, o acesso, a cibersegurança, a coletividade, a preservação e a proteção de dados em tudo o que fomenta qualificação e as literacias tecnológicas e digitais de todos os nossos cidadãos. Mas também acreditamos que esta é uma oportunidade para os municípios e territórios tornarem-se mais competitivos, inteligentes, atrair investimento e melhorar a divulgação das nossas pessoas”.

No fim, Manuel Jorge Valamatos, salientou a aprovação de uma proposta de projeto de regulamento, aprovada na última reunião do executivo, para submissão em consulta pública, em que o município disponibiliza o ecossistema aplicacional: “Foi hoje que demos aqui conta às entidades de competência especializada, a abrir o acesso ao código e à regulamentação técnica dos seus módulos. Uma resposta que permitirá a localização e a criação de empresas de base tecnológica, por exemplo, no nosso parque de Ciência e Tecnologia. Uma oportunidade geradora de emprego qualificado no nosso território, bem como no desenvolvimento do ensino secundário, profissional e superior… Fica aqui o desafio”.

 

Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, participou via online

A segunda intervenção da abertura deste seminário foi a da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, que não conseguiu estar presente pessoalmente, mas fez a sua intervenção através do online.

A Secretária de Estado começou por acentuar a importância que a transição digital tem para o país, referindo que esta tem reforçado a aposta nas áreas da tecnologia, digitalização e sustentabilidade, qualificando estes como “passos seguros” para que o país assuma “uma posição de referência: “Esta proposta tríplice tem evidentes contributos para proporcionar soluções cada vez mais eficientes, sustentáveis e justas, com um impacto positivo, e é evidente no território, respondendo às necessidades económicas, mas também sociais e ambientais e fazendo sempre converter atributos como a qualidade e eficiência à identidade das unidades constituintes. E esta é uma abordagem que caracteriza as comunidades inteligentes que, independentemente da sua dimensão geográfica, se caracterizam pela utilização estratégica das tecnologias de informação e comunicação com os objetivos principais da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, naturalmente, desenvolvimento económico integrado”.

Do mesmo modo, a Secretária de Estado ressalvou a implementação de projetos, como por exemplo o “Smart City” (Cidade Inteligente), o qual estará disponível na aplicação “Abrantes 360” e que impulsionaram o progresso e competitividade do país, promovendo simultaneamente a “coesão social e territorial” assim como “a melhoria dos serviços públicos”: “Para além do contributo para a sustentabilidade dos recursos naturais, os territórios inteligentes integram várias iniciativas com muitas vantagens para a otimização dos recursos financeiros. Permitem, por exemplo, aprimorar redes de transporte urbano, melhorar a gestão e abastecimento de água, garantir uma gestão de resíduos mais eficiente, utilizar conscientemente a energia, controlar a poluição do ar, garantir espaços públicos mais seguros e promover uma administração municipal também mais interativa e mais ágil. Portanto, este conceito de território inteligente é um dos mais relevantes no contexto da transição digital. Cada vez mais vista como um instrumento essencial para conseguirmos comunidades sustentáveis e inclusivas, com a capacidade de contribuir em simultâneo para o cumprimento dos três desafios que temos bem evidentes na nossa estratégia de 2030, que são, os desafios do demográfico, digital e ecológico”.

No fim, a Secretária de Estado, Isabel Ferreira, estendeu os parabéns ao Município de Abrantes “por estar sempre na linha da frente destas temáticas tão atuais, e tão importantes para o nosso país”.

 

A Plataforma Abrantes 360

Abrantes 360 é um canal único de serviços online que reúne formulários dinâmicos para quase a totalidade das solicitações externas da comunidade, nomeadamente, empresas, coletividades, munícipes e fregueses, desde os vários serviços nas diferentes áreas de competência, até aos licenciamentos, certificações e autorizações.

Para que isto seja possível, foi feita a digitalização dos 75% dos processos físicos de obras particulares de todas as freguesias do concelho, permitindo a recuperação de processos digitalizados e nano-digitais, mediante ferramentas de pesquisa única. Assim como a adaptação da estrutura orgânica dos serviços municipais que passou a integrar, na divisão de sistemas de informação, ou serviço de gestão de informação e o serviço de arquivo, para que a informação digital e a documentação física possam ser geridas de forma global e multidisciplinar, beneficiando assim das vantagens dos recursos tecnológicos para a sua recuperação e preservação. Por outro lado, também foi feito um investimento na aquisição de repositório digital na capacidade de armazenamento do canal.

Jade Garcia

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