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RSA comemora 30º aniversário e anuncia ampliação da empresa

28/05/2019 às 00:00
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(Facebook RSA)

A RSA - Reciclagem de Sucatas Abrantina SA, comemorou no dia 24 de maio 30 anos de atividade, com um evento nas suas instalações, em Alferrarede.

A comemoração contou com os dois fundadores da empresa, Emídio e João dos Santos Batista, que descerraram a placa representativa dos 30 anos da empresa.

João Batista (de frente) e Emídio Batista (de costas) descerram placa comemoraiva do 30º aniversário

Mas antes disso, o cónego José da Graça realizou uma bênção, onde desejou a continuidade da empresa e destacou a importância do trabalho para conseguir “construir uma obra como esta”, referindo que “trabalhar é um ato libertador”.

Seguiu-se um discurso relativo ao 30º aniversário da empresa, que vai já na terceira geração, feito pela filha do administrador João Batista, Delfina Batista.

A responsável pelo departamento financeiro da RSA começou por agradecer a presença das diversas entidades e instituições da região presentes, naquela que foi a “primeira festa que fazemos com entidades externas para comemorarmos algo que nos é querido”.

Foram várias as figuras da região que marcaram presença na celebração realizada pela RSA

Delfina Batista explica que os 30 anos da RSA representam um “marco” e um “momento histórico” e mostrou “gratidão pelo momento presente” que se deve, diz, a um “passado coeso, de trabalho e relações de confiança, que foram crescendo ao longo destes 30 anos com os diversos parceiros, (…) pelo seu entusiasmo e alegria no trabalho, no dia a dia da nossa empresa que, muitas vezes, é duro e pesado, mas que depois é compensado pelo gosto”.

Sem esquecer o passado, referiu um “enorme orgulho nas nossas raízes, os nossos fundadores, que deram das suas vidas tudo a esta empresa ao longo de mais de 50 anos, quando começaram esta atividade na mesma localidade, na época chamada ‘Olho de Boi’ “.

Realçando o papel dos fundadores, falou também da capacidade destes em “motivar os seus sete filhos, que os começaram a acompanhar nos anos 80, e que se mantêm e representam a segunda geração, assim como muitos colaboradores que permaneceram com grande dedicação na empresa por dezenas de anos, vestindo a camisola da empresa nos bons e maus momentos, ao ponto de nos conseguirmos manter sempre ativos, passando por graves crises como a de 2008”.

Exemplo do trabalho realizado na RSA

Sob o lema de “o que não nos derruba, torna-nos mais fortes”, Delfina Batista lembrou as adversidades pelas quais a RSA já passou e disse que “nem sempre fomos compreendidos nas nossas ambições, nas nossas ideias e projetos” mas que também por isso a RSA se tornou “mais forte pela união que conseguimos construir. Todo este percurso de 30 anos ensinou-nos a não desistir nas contrariedades, mas a lutar e trabalhar sempre pelos valores que nos foram transmitidos em família: verdade, lealdade e honestidade sempre, honrar os compromissos, e muita dedicação e empenho permanentes, pois só assim é possível construir a esperança num futuro melhor para nós e para os nossos descendentes”.

Em declarações à Antena Livre e ao Jornal de Abrantes, admite ainda que a maior dificuldade tem sido “a burocracia do nosso país, que nos asfixia e às vezes no faz desistir dos nossos ideais”.

Apesar das contrariedades, realça que a RSA continua a “investir em pessoas, em novos equipamentos, tecnologias e instalações, que nos permitissem melhorar os nossos processos produtivos, condições de trabalho que dignificassem não só o nosso setor de atividade mas também o nosso contributo de ação social e ambiental com a comunidade, instituições e organizações” e enalteceu o esforço daqueles que “reinventam novas soluções para a transformação e segregação de todos os resíduos que tratamos para a reciclagem e que irão contribuir para um ambiente mais sustentável”.

Atuais instalações da empresa

30 anos depois, a RSA é distinguida como empresa líder pelo IAPMEI, tem cerca de 40 a 45 postos de trabalho diretos, incluindo trabalhadores de diversas nacionalidades, já realizou operações de desmantelamento naval, ferroviário e internacional e é administrada por Emídio e João Batista, já com 80 e 84 anos respetivamente, e Luís Batista, da segunda geração.

Para o futuro, a esperança é muita, uma vez que a empresa já conta com um elemento da terceira geração da família e que o “conhecimento e experiência de colaboradores com mais de 20 anos de casa, que estão a passar o seu conhecimento da nossa arte de transformar a sucata, nos fazem acreditar e criam em nós entusiasmo para continuarmos a desenvolver novos projetos”.

E o futuro está aí à porta, com novidades que fazem jus aos 30 anos de atividade da empresa.

Em declarações à Antena Livre e ao Jornal de Abrantes, Delfina Batista falou sobre um “grande projeto de ampliação para instalações contíguas às atuais instalações” que estará para breve.

Vão ser dois pavilhões que “no fundo, consistem na requalificação das instalações onde começámos inicialmente. É uma zona que precisa de ser recuperada, é lá que vamos construir duas grandes áreas cobertas, onde vão ser implementados alguns equipamentos”.

 Imagem alusiva ao projeto de ampliação da empresa

Com o projeto de arquitetura já aprovado, o projeto pretende requalificar 20.000 metros quadrados, que vão ser impermeabilizados, bem como a instalação de equipamentos de transformação de resíduos para “melhorar os processos de triagem, aumentar a rentabilidade e a valorização dos metais e diminuir os depósitos em aterro, e dessa forma contribuir para um ambiente mais sustentável”.

O prazo de execução da obra é estimado em um ano, pelo que Delfina Batista admite que, no final do ano “gostaríamos muito de já ter as obras feitas e alguns equipamentos implementados”.

Com este projeto, vão ser criados “outro tipo de condições” que poderão também “atrair raparigas, embora este seja um trabalho que às vezes é pesado, mas temos conhecimento que as senhoras até são mais perspicazes na triagem e quem sabem se poderão vir, é uma oportunidade”.

O investimento de ampliação deverá ter prazo de execução de 1 ano

Também presente na cerimónia esteve o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, que agradeceu publicamente o trabalho da RSA, uma empresa que considera ser “muito importante em Abrantes, na nossa região, que nos últimos anos tem tido vários prémios e tem sido distinguida, como em 2018, no âmbito do IAPMEI, como uma empresa líder. Nós estamos atentos, ficamos muito orgulhosos do vosso trabalho e da importância social que têm para o nosso concelho que tem muitos trabalhadores e tem um efeito socioeconómico muito importante”.

Manuel Jorge Valamatos admitiu ainda que o município está “muito atento àquilo que vai ser uma nova intervenção e um crescimento da RSA: um investimento na ordem de mais de 7 milhões de euros, em que a Câmara Municipal, através do AbrantesInvest, fará o apoio em isenção de taxas urbanísticas e outras na ordem dos 100 mil euros”. Disse ainda que esta ampliação envolve a criação de “mais de 10 postos de trabalho e nós queremos, a todo o tempo, sublinhar e valorizar todo o trabalho que a RSA com perspetivas do futuro”.

E esta terça-feira, dia 28 de maio, em reunião da Câmara Municipal de Abrantes, foi respetivamente aprovada por unanimidade a concessão de apoios de natureza fiscal e tributária à RSA num valor superior a 108 mil euros, por ser considerada um projeto de ineresse municipal - que pretende, aliás, instalar uma nova unidade, implementando um novo processo de transformação com a instalação de três linhas de seleção e separação de materiais metálicos ferrosos e não ferrosos e materiais não metálicos, a fim de se obter melhores concentrados de metais.

Já nas celebrações do aniversário, falou ainda Domingos Chambel, vice-presidente da Nersant, que destacou que “houve sustentabilidade, houve compreensão dentro desta família exemplar para segurar o negócio” que consiste no “grande segredo para a gestão da RSA que conseguiu projetar-se a nível regional e nacional”.

“Hoje não é só importante trazer o desenvolvimento para Abrantes. É tão importante fazer a manutenção daqueles que existem como trazer novos investimentos”, acrescentou.

Os convidados para o 30º aniversário da RSA - Reciclagem de Sucatas Abrantina tiveram ainda a oportunidade de realizar uma visita guiada às instalações da empresa, ficando a conhecer um pouco mais sobre todo o processo produtivo da empresa.


Os presentes na cerimónia puderam receber uma visita guiada às atuais instalações

A celebração dos 30 anos da RSA terminou com o tradicional momento de cantar os parabéns pelos 30 anos de existência, que teve também direito a bolo.

 

Texto: Ana Rita Cristóvão

Imagens: Carolina Ferreira