A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo terá um apoio do Fundo Ambiental de 426 mil euros, por sua vez ao Município caberá cerca de 70 mil euros para reforço dos sistemas de recolha de biorresíduos.
O Governo duplicou o investimento para apoiar as comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas na recolha seletiva de biorresíduos, no âmbito de 23 protocolos assinados esta segunda-feira, dia 28 de outubro, e que representam um financiamento de 27 milhões de euros.
Os protocolos, com 21 comunidades intermunicipais e as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, estão inseridos no programa RecolhaBio, destinado ao financiamento de projetos que permitam aumentar a capacidade dos municípios no que respeita à recolha seletiva e reciclagem de biorresíduos na origem.
Para este ano, o investimento do Governo, através do Fundo Ambiental, fixa-se nos 27 milhões de euros, o valor mais elevado desde que o projeto foi lançado, contra os 13 milhões de euros do ano passado.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente
“Mais que duplicamos, exatamente para dar esse sinal de que é preciso um maior esforço nesta recolha seletiva”, disse à Lusa a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, no final da cerimónia de assinatura dos protocolos, que teve lugar no Ministério do Ambiente e Energia.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente
Entre as iniciativas financiadas, a tutela destaca, em comunicado, projetos de recolha, de compostagem comunitária e doméstica, de monitorização e tecnologias de informação e de capacitação e sensibilização.
O presidente da CIMT e da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, esteve nesta cerimónia onde assinou o protocolo do Médio Tejo com o Ministério do Ambiente. O objetivo é investir mais na recolha dos biorresíduos “para garantir maior sustentabilidade e maior eficiência na sua recolha.”
Os biorresíduos vão ter de entrar no quotidiano dos cidadãos, indicou o autarca, acrescentando que tem de haver uma diminuição dos resíduos que vão para aterro. É preciso melhorar a sustentabilidade de todo o sistema, indicou o autarca, adiantando ainda que do ponto de vista ambiental “temos de estar mais próximos, com aquilo que todos desejamos para um planeta mais verde.”
Sobre a recolha de biorresíduos em Abrantes e Tramagal, que já arrancou, Manuel Jorge Valamatos revelou que “estamos ainda todos a aprender.”
Há 22 anos “tínhamos uma lixeira a céu aberto. Hoje há uma forma muito diferente da gestão dos lixos. Os nossos carros recolhem os lixos rua a rua para a Barrada. Depois vêm semi-trailers de Avis para levar o lixo para ser tratado. São processos muito caros e complexos. Temos de aprender as novas regras e os contentores castanhos entraram só o ano passado em Abrantes”, referiu o presidente da Câmara e acrescentou que “temos de aprender a conviver com estes mecanismos.”
Sobre o futuro, Manuel Jorge Valamatos disse querer sectorizar no recibo ambiente o lixo em relação ao consumo de água. Queremos deslocar a fatura do lixo com a fatura da água e aí quem mais reciclar e menos produzir possa ter discriminação positiva.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CIMT e Câmara de Abrantes
Questionado sobre a ministra do Ambiente ter dito que o governo estava a olhar para outros países para perceber como estavam a lidar com este problema, Manuel Jorge Valamatos, disse que um dos exemplos apontados veio da Dinamarca. “Têm incineradoras para queimar o lixo e produzir energia a partir dos resíduos”, indicou revelando que a Zona Livre Tecnológica de Abrantes, com três áreas distintas, pode funcionar também par encontrar novas soluções nesta área ambiental.
com Lusa