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Mação: “Terá que ser um concelho de referência” - Secretário de Estado das Florestas

8/07/2019 às 00:00
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O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural esteve em Mação para a visita oficial da Feira Mostra do concelho.

Miguel Freitas assistiu à inauguração da exposição “Cinquenta anos a fazer P.Arte”, na Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira e à inauguração da Chaimite “Palavril”, de António Colaço, colocada na Rua Cipriano Dourado.

No final das duas inaugurações, o governante falou de “emoção”. Primeiro, porque “tive oportunidade de rever um amigo, o António Colaço” e depois aquando da “instalação da chaimite (…) que vai ficar no concelho para sempre”, pois “o meu nome vai ficar associado a isso”. Miguel Freitas disse mesmo que o momento o emocionou “ e marcará para sempre a minha vida”.

O secretário de Estado passou por todos os stands da Feira, na companhia do presidente da Câmara de Mação e restante comitiva. Conversou com as pessoas “e dei comigo a perceber o quanto corajosos são aqueles que continuam a resistir nesta terra e a fazer coisas tão bem feitas”.

Miguel Freitas voltou a referir o dia 5 de julho de 2019 como um “dia marcante na minha vida” e explicou que “depois da tragédia vivida neste concelho e neste território em 2017, precisamos primeiro de ter memória para nãos nos esquecermos e para que não se volte a repetir”.

Referindo-se ao trabalho efetuado na floresta no concelho de Mação, o secretário de Estado disse ter “a certeza de que em Mação se fazia bem. A floresta que cá tínhamos era, apesar de tudo, da melhor floresta que tínhamos em Portugal. E mesmo assim, ardeu”. Para Miguel Freitas, isto “significa que não basta fazer bem, temos mesmo que fazer diferente e é esse o grande desfio que temos pela frente”.

E explicou o que significa fazer diferente. Miguel Freitas disse que há que “perceber que a floresta não pode ser vista apenas à escala do Município, é mais do que isso. A escala da floresta não tem fronteiras. (…) Temos que ter uma floresta vivida e, para isso, temos que mudar a floresta que temos”.

O governante acrescentou que mudar também significa a mudança das relações entre a Administração central e a Administração Local e confessou que, ao longo dos anos, tem falado muito com o vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro, com quem partilha muitas das ideias para a floresta. Defendeu que os Municípios devem ser os grandes novos protagonistas da floresta mas disse ter “a convicção absoluta de que se não houver uma intervenção clara do Estado, não conseguiremos fazer a transformação que a floresta necessita”.

“Temos que fazer escolhas e este é o momento das grandes escolhas”, alertou Miguel Freitas que esclareceu que têm que escolher “quais são os territórios mais críticos que temos em Portugal do ponto de vista florestal e o Pinhal Interior e este território são, indiscutivelmente, o território mais crítico ao nível florestal que temos em Portugal. É, portanto, mais que evidente, que qualquer projeto que tenhamos, qualquer plano que façamos para a floresta portuguesa, Mação terá que ser certamente um concelho de referência de todo esse trabalho”.

De Mação, Miguel Freitas disse levar muitas mensagens e, “acima de tudo, a emoção daquilo que aqui vivi convosco e é essa emoção que faz de nós aquilo que somos (…) e vou daqui um filho da terra”.

 

Vasco Estrela: “Temos que ter esperança no futuro e eu tenho esperança no futuro”

O presidente da Câmara Municipal de Mação agradeceu a presença de Miguel Freitas na visita à Feira Mostra e destacou a “simpatia e proximidade” do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Vasco Estrela começou, no entanto, por agradecer a todos os que fazem a Feira Mostra, “cada vez mais de todo o concelho de Mação” e falou diretamente aos que apostam em viver e investir num concelho em “que apesar de todas as adversidades, as pessoas continuam a insistir em ajudar a dinamizar e a estar ao lado das forças vivas”.

Relativamente aos incêndios florestais de 2017, o autarca afirmou que “muito daquilo que está na génese da nossa tragédia com os incêndios florestais, teve a ver com o facto de vivermos de costas viradas para o território”.

“Temos que ter esperança no futuro e eu tenho esperança no futuro”, disse o presidente que revelou esperar “daqui a alguns meses poder anunciar algo de importante para este concelho”.

Vasco Estrela dirigiu-se depois a Miguel Freitas a quem disse que “o senhor sabe, provavelmente melhor do que ninguém, o trabalho que este Município tem feito ao longo dos anos na área florestal. O trabalho que o António Louro tem feito e as horas que ele tem dedicado a este concelho na procura de soluções para o território do concelho de Mação na área florestal, na valorização da nossa paisagem, na diversificação daquilo que é a atividade económica ligada ao mundo agrícola”.

E recordou que a AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais) “tem preparadas cinco zonas piloto para que possam desenvolver no território as políticas preconizadas pelo Governo e que a Câmara Municipal de Mação, naturalmente, acompanha”. Vasco Estrela lançou o repto de que “Mação possa ser uma dessas zonas piloto. Que nos ajude, não à Câmara, não ao António Louro, mas que ajude a população deste concelho a encontrar esperança na floresta que está enraizada em todos e em cada um de nós”.