VN Barquinha Jornada de história local debate 50 anos de 25 de abril
O Município de Vila Nova da Barquinha e a Associação de Desenvolvimento Cultural "Palha de Abrantes" vão promover, no próximo dia 13 de dezembro, em Vila Nova da Barquinha, a “Jornada de história local: 50 anos de 25 de abril”.
O evento terá lugar no Centro Cultural, com início às 9h30 e entrada gratuita. Com o objetivo de fazer uma reflexão em torno do meio século de liberdade em Portugal, a Jornada conta com a participação “de ilustres oradores”, com destaque para os naturais de Vila Nova da Barquinha – o escritor Carlos Matos Gomes e o cantor Francisco Fanhais.
Carlos de Matos Gomes, de pseudónimo Carlos Vale Ferraz, (24 de julho de 1946), Vila Nova da Barquinha Santarém, é um Coronel do Exército reformado e um escritor português.
Esteve envolvido desde o início na conspiração dos oficiais portugueses que deu origem ao 25 de Abril de 1974. Fez parte da primeira Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães, constituída na Guiné-Bissau no Verão de 1973. Fez parte do Grupo de Oficiais que ocupou o poder na Guiné no dia 26 de Abril de 1974. Foi membro da Assembleia do MFA.
Paralelamente à carreira militar desenvolve desde 1982 uma continuada atividade literária. Como romancista, com o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz, publicou vários romances entre os quais «Nó Cego» (1982), «ASP - De Passo Trocado» (1984), «Soldadó», (1988); e «Os Lobos Não Usam Coleira» (1995), adaptado ao cinema pelo realizador António-Pedro de Vasconcelos com o título «Os Imortais» (2004).
No cinema foi autor do argumento do filme «Portugal SA», do realizador Ruy Guerra; Colaborou com Maria de Medeiros no filme «Capitães de Abril» e com Joaquim Leitão nos filmes «Inferno» e «20.13 – Purgatório». Participou na ficção «Conta-me Uma História» de João Botelho.
O ex-sacerdote católico e cantor português de intervenção, Francisco Fanhais nasceu em Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, a 17 de maio de 1941.
Antifascista, inicialmente sacerdote, teve destacada participação contra a Ditadura, sobretudo através da música portuguesa de intervenção. Entrou para o seminário com dez anos e foi ordenado padre aos vinte e três. Através da música tornou-se uma das mais ativas vozes dos chamados católicos progressistas.
Impedido de cantar, de exercer o sacerdócio e de lecionar nas escolas oficiais, emigrou para França em 1971. Entretanto tornou-se militante da LUAR, força revolucionária liderada por Emídio Guerreiro.
Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974 e colaborou nas campanhas de dinamização cultural do Movimento das Forças Armadas. Em 1975 foi um dos participantes no disco República de José Afonso, gravado ao vivo em Itália.
Francisco Fanhais fez da música de intervenção a sua arma. Foi a música de Zeca Afonso que o despertou para a luta. Tocaram juntos e foram amigos. Uma amizade para a vida que a música uniu. E jamais separará. Dos homens que com Zeca Afonso gravaram o Grândola Vila Morena, em França, é ele o resistente.
Programa:
09:30 | Abertura
09:45 | Geração D: Carlos Matos Gomes
10:45 | Saúde: Isabel do Carmo, Nelson Baltazar, Alexandre Tomás
12:30 | Momento musical com Francisco Fanhais
14:30 | Paz social: Roque Amaro, Luísa Barbosa Pereira, Rui Tavares
16:30 | Apresentação da revista Zahara n.º 44 e de livros de história local