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Incêndios de Mação: Carlos Moedas anuncia investimento europeu de 125 ME para investigação no setor - COM ÁUDIO

29/08/2017 às 00:00
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Carlos Moedas esteve hoje nas áreas ardidas do concelho Mação a convite da Câmara Municipal, onde anunciou um investimento europeu de 125 milhões de euros para a investigação no setor.

"Decidimos propor ao Parlamento uma verba de quase 125 milhões de euros para os anos 2018, 2019 e 2020 para o estudo do que vimos aqui, em termos de planeamento, e o efeito que tem o não ordenar o território", disse o comissário para a Investigação, Ciência e Inovação.

Carlos Moedas lembrou que durante os incêndios que assolaram o território nacional a Europa teve a capacidade de “reagir”, dando conta que “mais de 300 homens vieram para Mação, Pedrogão e outras áreas do país. Tivemos também a capacidade de ter a utilização de veículos, com mais de 50 veículos que estiveram presentes”.  

Com um total de 27.500 hectares de área florestal destruída pelos incêndios de julho e de agosto, cerca de 75% do território de Mação, o comissário europeu disse que o Governo português e os municípios devem olhar para todos os fundos europeus disponíveis, incluindo o plano Juncker.

Carlos Moedas em declarações aos jornalistas

Questionado sobre a pertinência do pedido de Mação para a ativação do Plano Juncker para o reordenamento da floresta nacional, o responsável disse ser "uma ideia sólida" e que o Plano Juncker "tem capacidade para ajudar neste aspeto".

“Portugal deve-se organizar, não só ao nível do Governo, mas ao nível dos municípios, de poder candidatar-se neste aspeto ao plano Juncker. Agora tem de ser estudado, preparado e Portugal terá toda a vantagem ao olhar não só para os fundos estruturais, mas também para o plano Juncker”, salientou Carlos Moedas.

Com esta visita, o comissário quis ver no terreno o apoio prestado pela União Europeia no combate aos incêndios florestais através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a utilização dos diferentes fundos europeus acionados no seguimento dos incêndios e reconhecer simbolicamente o trabalho dos bombeiros voluntários.

“Por parte da Europa, o objetivo foi conseguir desbloquear os 45 milhões que estavam alocados de forma diferente para poder ajudar não só a nível das infraestruturas, como das empresas, das pessoas, dos municípios", referiu Moedas.

No final da visita às áreas ardidas, o comissário plantou uma árvore em território maçaense e disse ainda aos jornalistas que sai de Mação com uma “imagem de tristeza, mas também de uma certa esperança por ver estes homens e mulheres aqui, a lutarem todos os dias”.

"Temos de conseguir fazer melhor em Portugal, temos de conseguir prevenir estas situações", disse Carlos Moedas, apelando aos investigadores e professores portugueses para concorrerem ao programa de Ciência da Comissão Europeia, que pode financiar projetos para conseguir fazer o ordenamento.

Por sua vez, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, começou por referir que é “um desígnio nacional encontrarmos aqui soluções para o futuro destes territórios, para que estas tragédias não voltem a acontecer. É obrigação e tenho a certeza que a Comissão Europeia estará também empenhada no encontrar dessas soluções”.

O presidente da Câmara disse que vai estar muito atento “a esta matéria e aos passos que o Governo português irá dar a este respeito” e que não vai deixar de “exigir para Mação um tratamento equitativo e proporcional tendo em conta a tragédia que aqui aconteceu”.

Vasco Estrela referiu que não obteve ainda nenhuma resposta relativa aos problemas de coordenação operacional que afirma que aconteceram nos incêndios que lavraram no concelho.

“À medida que o tempo passa estou mais convicto da necessidade de obter essas informações, porque já decorreu mais de um mês e as respostas continuam a não surgir (…) Daremos mais um prazo de 15 dias até à próxima Assembleia Municipal, onde espero levar uma proposta para de uma vez por todas podermos fazer a respetiva participação à Administração Interna”, aludiu.

“Não quero estabelecer um nexo de causalidade entre as decisões e o resultado final, mas para tranquilidade de todos temos de perceber o que aconteceu”, fez notar.

Quanto aos 20% de território que ainda não ardeu, Vasco Estrela disse ser necessário, “preservar, cuidar, proteger e sensibilizar as pessoas para o perigo e se possível fazer algumas intervenções conforme alias tínhamos solicitado ao senhor Ministro da Agricultura no final de junho”.  

“É necessário olhar para aquelas zonas e perceber como é que as podemos proteger”, vincou.

Por último, o autarca disse que compete ao concelho reerguer-se e perceber como é que se vai reconstruir, sendo esta uma tarefa que necessita da ajuda da Comissão Europeia e do Governo.

C/Lusa