Alvega e Concavada Crise na Assembleia de Freguesia acentua-se com renúncia dos eleitos do PS
Os membros eleitos pelo Partido Socialista à Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada apresentaram, na passada sexta-feira, dia 26, a carta de renúncia aos seus mandatos.
De acordo com uma informação avançada esta terça-feira em comunicado emitido pela concelhia socialista a decisão foi tomada por unanimidade teve total solidariedade e apoio da comissão política concelhia.
A estrutura do PS informa que a renúncia surge na “sequência da instabilidade provocada pela governação do executivo maioritário da União de Freguesias de Alvega e Concavada, liderado pelo Movimento de Independentes da União de Freguesias de Alvega e Concavada (MIUFAC).”
Ainda de acordo com o mesmo documento, na carta de renúncia apresentada, os eleitos pelo PS justificam a posição considerando que “depois de umas eleições intercalares em que o MIUFAC venceu com maioria absoluta, logo, com todas as condições para governar, é inexplicável que neste momento nos encontremos sem orçamento, com demissões, com renúncias de grande parte dos eleitos por este movimento, mas também sem contratos interadministrativos assinados e sem Kits de 1.ª intervenção.”
Adiantam ainda que “neste momento, o MIUFAC está em rota de colisão com o próprio MIUFAC, tendo sido relegados para segundo plano as nossas terras e as nossas pessoas, num comportamento inqualificável que tem sido constante deste setembro de 2021, com especial agravo desde março de 2022”.
Ricardo Aparício, presidente da Comissão Política da Concelhia do Partido Socialista de Abrantes, classifica a decisão como “a única solução possível para dar resposta ao estado governativo para o qual o MIUFAC levou a Freguesia”, apontando à necessidade de “pôr fim a este mandato, dando a palavra novamente aos eleitores para que seja possível encontrar uma solução política capaz de devolver a estabilidade a Alvega e Concavada”.
O PS conclui a referir que “toma esta posição, pois entende que os interesses dos fregueses da União de Freguesias de Alvega e Concavada devem sobrepor-se aos interesses e protagonismo político de um executivo que nunca soube honrar a maioria absoluta conquistada.”
Recorde-se que na reunião da Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada de dia 1 de agosto continuaram a verificar-se desentendimentos entre elementos do movimento independente que ganhou a repetição das eleições realizada em março deste ano, depois do empate entre PS, PSD e BE resultante das autárquicas do ano passado. Nesta sessão de 1 de agosto verificaram-se desentendimentos entre o presidente da mesa de Assembleia de Freguesia, Joaquim Catarrinho, e o presidente de junta de freguesia, António Moutinho, ambos eleitos pelo Movimento Independente da União de Freguesias de Alvega e Concavada. No final da sessão a mesa de Assembleia apresentou a demissão.
Esta situação vem na sequência de desentendimentos anteriores entre o secretário da Junta de Freguesia, Eduardo Jorge, que pediu a demissão, não aceite porque esta foi feita ao presidente da Assembleia de Freguesia e não ao presidente da Junta de Freguesia. Esta sessão realizou-se a 8 de junho e, na mesma sessão, o presidente da Junta de Freguesia apresentou um parecer jurídico segundo o qual a demissão de Eduardo Jorge não poderia ser aceite, remetendo para sessões futuras a resolução desta situação.
Recorde-se que na sequência das autárquicas de 2021 o PS ganhou as eleições, mas em termos de eleitos verificou-se um empate com PS, PSD e BE a elegerem três membros cada. Na falta de entendimento para a instalação do executivo foram agendadas eleições para março deste ano. Nesta eleição intercalar houve a constituição de um movimento independente, o MIUFAC, que aglutinou elementos que em setembro tinham integrado as listas do PSD e do BE. O MIUFAC ganhou as eleições e constituiu o executivo da Junta de Freguesia. Mas dois meses após a posse começaram os desentendimentos entre elementos do próprio movimento. E essa desarmonia ficou mais vincada a 27 de junho quando o orçamento para 2022 foi chumbado por sete votos (em 9), quatro do PS e três do próprio MIUFAC.