Constância Constância: Miniatura de rede varina em destaque no Museu dos Rios e das Artes Marítimas
Uma miniatura de rede varina é a Peça do mês em destaque, neste mês de janeiro, no Museu dos Rios e das Artes Marítimas, em Constância.
Em tempos idos, quando os rios eram o ganha pão de muitas e muitas famílias, a rede varina, uma rede de arrasto, era utilizada na pesca ao sável. Tinha cerca de três a quatro metros de altura e podia ir até aos duzentos metros de comprimento. Ao meio tinha uma espécie de saco onde o peixe se juntava. No topo levava uma corda com pandas de cortiça para que a rede trabalhasse direita e flutuasse quando a profundidade do rio fosse pouca ou ficasse debaixo de água quando o rio fosse mais fundo. Em baixo levava os bolos ou pandulhos feitos de barro para fazer peso de forma a que a rede se arrastasse pelo fundo do rio.
Para fazer este tipo de pesca, ficavam dois homens na margem com a corda da rede na mão e outros dois iam no barco com outra ponta da rede, deixando-a deslizar Tejo abaixo, desde a ponte sobre o rio Tejo até ao fim da Praia do Ribatejo. Para além desses dois homens no barco, iam mais dois: um largava os bolos e o outro as pandas. Quando terminavam, os homens que iam de barco, levavam a ponta da rede aos que estavam na margem, depois puxavam-na para fora de água com a ajuda de uma vara espetada na areia, o bordão. Eram necessários cerca de sete homens para a arrastar para a margem, com a ajuda de uma correia de couro, a cilha, e mais um rapaz para enrolar as cordas.
O mês de janeiro assinala o início do segundo ano desta iniciativa e a décima terceira edição da da Peça do mês, promovida pelo Museu dos Rios e das Artes Marítimas, a qual tem como objetivo divulgar e preservar diversos elementos patrimoniais do concelho de Constância.
Recorde-se que a Peça do mês está exposta numa das salas do museu, onde pode ser apreciada e a sua divulgação é efetuada através das páginas de Facebook do Museu dos Rios e das Artes Marítimas e do Município de Constância.