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Abrantes

Abrantes: Empresa de cannabis medicinal compra instalações da RPP Solar

8/10/2021 às 17:47
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Na reunião de Câmara de Abrantes realizada na manhã desta sexta-feira, 8 de outubro, a última do atual Executivo, o vereador do Bloco de Esquerda questionou o presidente acerca do destino das instalações da RPP Solar, na freguesia de Concavada.

Armindo Silveira anunciou a colocação de “uma placa de uma nova empresa” junto às instalações da RPP Solar e “isso é indício que aquele espaço, possivelmente, foi comprado ou alugado”. O vereador disse ser “bom que aquele espaço seja desenvolvido” e questionou acerca do que vai ali nascer. Armindo Silveira quis ainda saber se esta situação “vai ter reflexos no processo que a Câmara de Abrantes colocou em tribunal, relativamente à verba que ali foi aplicada. Saber se, de facto, vai haver algum retorno”.

Às perguntas do vereador bloquista sobre “a empresa, a viabilidade e se o Executivo consegue recuperar alguma da verba”, o presidente da Câmara de Abrantes revelou a compra dos terrenos mas não quis anunciar o projeto pois, segundo Manuel Jorge Valamatos, “foram anunciados projetos de empresas que depois não aconteceram. Eu prefiro não anunciar e, quando as coisas se concretizarem, nós falamos”.

“O que sabemos é que a RPP Solar foi comprada numa hasta pública e já tivemos conversas com os promotores”, assumiu o autarca. No entanto, “só quando este projeto andar para a frente e lá virmos as pessoas a trabalhar, é que nós tornamos isto público. É a credibilização da política. Porque é que vamos anunciar uma coisa que não depende de nós? Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que as coisas funcionem e para que o nosso concelho avance”.

Quanto ao processo da “reversão financeira do investimento que a Câmara fez naqueles terrenos”, Manuel Jorge Valamatos afirmou que “há 15 dias houve uma sessão em tribunal onde os nossos técnicos e advogados estiveram a tratar deste assunto e quando este assunto também estiver concluído, obviamente que daremos essa informação”.

À margem da reunião de Câmara, Manuel Jorge Valamatos explicou depois à Antena Livre qual o ponto de situação dos terrenos e instalações da RPP Solar. O presidente da Câmara voltou a confirmar que “aqueles terrenos e aquelas instalações foram adquiridas por uma empresa que pretende desenvolver ali um projeto que nós estamos a acompanhar”.

O autarca não quis anunciar qual o ramo de negócio da futura empresa mas, no cartaz que foi colocado junto às instalações, está bem visível que se trata de uma empresa cuja atividade está ligada à cannabis medicinal.

“Estamos muito otimistas”, confessou Manuel Jorge Valamatos. Contudo, voltou a lembrar que não vai anunciar projetos sem que estes “estejam verdadeiramente implantados”. No entanto, lá referiu que “é com muito agrado que olhamos para a retoma daquele lugar e para um investimento relevante para o nosso concelho e para a nossa região. Estamos muito atentos, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para criar as melhores condições para que os promotores se possam instalar e desenvolver os seus projetos”.

Quanto aos capitais envolvidos, Manuel Jorge Valamatos esclareceu que “é uma empresa que, seguramente, também terá capitais estrangeiros mas é um promotor com experiência e aceitação no mercado e no qual nós confiamos e depositamos muita esperança”.

 

Antigo Hotel Abrantur com “constrangimentos” à requalificação

Ao lado das instalações da RPP Solar, existe um outro imóvel que também foi comprado recentemente. Quanto ao processo de requalificação do antigo Hotel Abrantur, na freguesia do Pego, Manuel Jorge Valamatos revelou que “também foi com muito agrado que percebemos que o antigo hotel foi adquirido”. O presidente revelou que “também estamos em conversações com os promotores e existe um projeto de requalificação e uma nova dinâmica na área da saúde e na área social”.

No entanto, “existem alguns constrangimentos e alguns condicionalismos”. Manuel Jorge Valamatos relembrou que “estamos a falar de um imóvel que foi adquirido no início, ou pouco antes, da pandemia” e que este facto dificultou o processo que a Câmara “continua a acompanhar e que, nos próximos tempos, também teremos notícias a esse propósito”.