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Especial Abrantes

A rede “Museus de Abrantes” é física e digital

11/06/2022 às 15:18
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MIAA

A ideia da rede de museus do concelho de Abrantes ganhou ganhou corpo no Dia Internacional dos Museus, assinalado a 18 de maio com o lançamento de um sítio na internet dedicado aos Museus de Abrantes. Ao digitarmos www.museusdeabrantes.pt somos remetidos para uma página que nos leva, de imediato para imagens dos três museus que integram esta rede e da Galeria Municipal.

Do MIAA [Museu Ibérico de Arqueologia e Arte], ao Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira passando pela renovada Igreja de Santa Maria do Castelo, agora Panteão dos Almeida e com um olhar sobre o que será, daqui para a frente, o “Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes”.

E há ainda, quase concluído, o MAC - Museu de Arte Contemporânea de Abrantes que vai albergar a coleção Charter’s de Almeida. Esta nova peça, no Edifício Carneiro, paredes meias com o Jardim do Castelo de Abrantes, estará concluído ainda no decurso deste ano de 2022.

A esta rede pode ainda juntar-se o património religioso com a requalificada Igreja de S. Vicente, com a Igreja de S. João e com a Igreja da Misericórdia. Uma rede concelhia, com uma incidência natural na cidade, que permite uma abrangência enorme de história e arte, desde os primórdios da humanidade até à contemporaneidade passando naturalmente na arte sacra e na religiosidade da nossa sociedade.

Luís Filipe Dias, vereador com a responsabilidade pelo pelouro da Cultura da autarquia que inclui os museus e o turismo destacou esta ideia de ter uma rede destes equipamentos que permitem uma leitura territorial mais abrangente, até do ponto de vista de quem vem de fora para ficar a conhecer a “nossa história e a nossa arte”. A rede aponta aos equipamentos recentes do concelho, mas sem descurar outros núcleos museológicos emergentes no concelho ou “guardados” em associações muito ligados à etnografia à cultura deste território. Luís Filipe Dias aponta ainda aquilo que é um património industrial do concelho, com as fundições [Tramagal, Rossio e Alferrarede], a CUF ou em Mouriscas a espartaria e a cerâmica.

Mas isso é uma lança para um futuro breve. Pelo presente o vereador aponta, paralelamente à rede e ás peças expostas em todos os equipamentos, uma aposta forte no digital através de duas portas, ou em linguagem futurista dois “portais”.

Um desses “portais” é permitir ao visitante, através do seu smartphone ou tablet, apontar a um "QR code" junto às peças [MIAA] e ficar imediatamente com o historial dessa mesma peça literalmente “nas mãos”. E quando os códigos forem todos colocados junto a cada uma das peças há mais informação para os visitantes.

Por outro lado, na página “Museus de Abrantes” deixa disponível a informação de todo o acervo digital existente. Quer isto dizer que há um objetivo de que os museus tenham visitas presenciais, mas há a possibilidade de visitas online de qualquer parte do mundo. E o acesso ao acervo quer dizer que em qualquer lado todas as peças dos museus, a sua história, fica disponível para pesquisa.

De acordo com o vereador este é o resultado do investimento no software de gestão de coleções. “Deixa de haver inventários dispersos, estudos que estão em diversos locais passam por estar juntos num agregador de conteúdos [..] e esse repositório digital passa a estar disponível, no caso da Rede de Museus, já desde o Dia Mundial dos Museus”. O autarca destacou ainda que há um conjunto de ferramentas tecnológicas e digitais que vão ser disponibilizadas nas multiplataformas que o Município vai disponibilizando para o mundo. “Qualquer um dos nossos doadores, seja a Fundação Estrada, sejam os herdeiros de Maria Lucília Moita [...] podem saber como é que estão as suas peça e, ao mesmo tempo permitir que possam ser ‘lidas’ em qualquer parte do mundo.”

Luís Filipe Dias vincou ainda o trabalho de base. “Todas as peças do inventário foram fotografadas, catalogadas e estão descritas. Há um trabalho que vai crescendo, porque os estudos não param” explicou o responsável acrescentando que há muito para conhecer nesta rede Museus de Abrantes.

E se os museus, MIAA e MAC, vão ter exposições contemporâneas de artistas nacionais o Quartel de Arte Contemporânea de Abrantes vai passar a ser, em exclusividade, o local para acolher as exposições de artistas locais e regionais. Trata-se de um ajustamento daquilo que passam a ser as novas ofertas culturais de Abrantes.